Presidente do Conselho de Ética da Assembleia paulista diz esperar reativação do órgão

O surgimento de um denunciado no caso de venda de emendas parlamentares ou uma representação contra Roque Barbiere seriam suficientes para a retomada dos trabalhos

São Paulo – O presidente do Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado Hélio Nishimoto (PSDB), confirmou nesta terça-feira (29) que os trabalhos do grupo formado para investigar o esquema de vendas de emendas na Casa, suspensos no dia 27 de outubro, poderão ser reativados caso surja um nome denunciado ou se algum parlamentar entrar com pedido de representação contra o autor das denúncias, deputado Roque Barbiere (PTB).

Partiu de Barbiere a acusação de que 25% a 30% dos deputados da Alesp vendem suas emendas orçamentárias em troca de parcela dos recursos empenhados. Até o momento ele não apontou diretamente nenhum parlamentar que pratique a irregularidade, porém afirmou que poderá fazê-lo no Ministério Público, assim que o promotor que acompanha o caso, Carlos Cardoso, garantir sigilo de identidade ao seu testemunho.

Nishimoto vê no depoimento de Barbiere uma possibilidade de retomada do Conselho. “Estamos aguardando os depoimentos de alguém dando nomes (de acusados) ao promotor”, disse o parlamentar, assegurando que assim que a indicação surgir, imediatamente o Conselho será reativado.

Reviravolta

Caso nenhum nome de deputado estadual seja apontado como autor de venda de emendas ao Orçamento, o presidente da comissão afirma que pode tomar outro caminho, revertendo os atuais papéis no caso. “Se alguém entrar com representação contra o próprio Barbiere, que levantou a suspeita. Ele (Barbiere) pode ser responsabilizado por ter feito uma denúncia leviana, quebrado o decoro parlamentar.”

Nishimoto diz ainda que o fato de a denúncia de Barbiere possuir fundamento e até agora nenhum deputado ter recebido punição são razões suficientes para a retomada dos trabalhos do grupo de deputados que apura a conduta dos colegas.

O tucano ainda afirmou que o governador Geraldo Alckmin já sancionou a lei que visa trazer mais transparência ao processo parlamentar, em especial as questões que envolvem indicações de emendas. “Cada deputado está fazendo indicações para cada cidade ou entidade de até o máximo de R$ 2 milhões”, garantiu. Ele também afirmou que fica estipulado como obrigação do Executivo enviar relatórios semestralmente com o balanço dos recursos.