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Presidente da Assembleia paulista pede desculpas à Igreja por ataques de deputado

Segundo Carlão Pignatari (PSDB), ataques desferidos por deputado do PSL não representam a opinião da Casa. Parlamentar raivoso se “retratou”

Ass. Leg. SP
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Presidente da Assembleia recebeu representantes da Igreja e disse que o 'dom da palavra' tem limites no respeito e na lei

São Paulo – Depois da reação da Igreja Católica, e da má repercussão, o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Carlão Pignatari (PSDB), abriu a sessão desta segunda-feira (18) com um pedido de desculpas. Ele afirmou que os ataques desferidos pelo deputado Frederico d’Avila (PSL) na semana passada não representam o pensamento da Casa.

Em nome da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o presidente da Regional Sul, dom Pedro Luiz, bispo diocesano de Mogi das Cruzes (SP) foi à Assembleia hoje. Ele o padre Paulo Renato entregaram a Pignatari cópia de documento que a entidade divulgou em repúdio às declarações ofensivas do deputado bolsonarista.

Irresponsabilidade e crime

“Em nome de todo o parlamento paulista, como presidente desta Casa, repudio todo e qualquer uso da palavra que vá além da crítica e que se constitua em ataques, extrapolando os limites da liberdade de expressão e da imunidade parlamentar, concedida aos representantes públicos eleitos”, declarou Pignatari na abertura da sessão. “Para o político, o dom da palavra é um direito inalienável. Mas que encontra limites no respeito pessoal e da própria lei. Não comporta, portanto, a irresponsabilidade e o crime”, acrescentou.

Além disso, ele fez um “pedido expresso de desculpas” endereçado ao papa Francisco e ao arcebispo de Aparecida, dom Orlando Brandes. “Acredito que o parlamentar também reconheça seu excesso e o espaço permanece livre para eventual retratação”, afirmou, referindo-se a d’Avila – que, pressionado, também pediu desculpas por sua sucessão de xingamentos. Segundo ele, o “excesso” se deveu a acontecimentos de ordem pessoal.

Parte dos deputados defendeu que o parlamentar do PSL seja submetido ao Conselho de Ética da Assembleia por seus ataques à CNBB. O bloco conservador, por sua vez, saiu em sua defesa, mesmo fazendo ressalvas ao pronunciamento.


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