Preenchimento de cargos no governo Haddad entra na fase política

Rigor quanto a perfil técnico para os cargos de primeiro e parte do segundo escalão é afrouxado e partidos coligados acomodam lideranças e aliados

São Paulo – A formação do governo do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), entra agora na última fase, a das nomeações de parte do segundo e terceiro escalões, e a expectativa é que seja a mais rápida de todas, apesar de ter o maior número de vagas.

Para o preenchimento dos cargos do primeiro e de parte do segundo escalão, Haddad teria sido rigoroso quanto à exigência de perfil técnico para os nomeados, o que teria causado certa morosidade na ocupação das vagas e gerado descontentamento tanto entre vereadores petistas e de partidos aliados, como na estrutura interna do partido.

Nas duas últimas edições do Diário Oficial do Município de São Paulo, o número de exonerações de cargos atinge duas centenas, 132 na edição de hoje (8) e 68 na edição de ontem, sendo a maioria em cargos comissionados. As nomeações no mesmo período somam 65, também a maioria para cargos comissionados.

De secretário adjunto a diretores técnicos, o ritmo das nomeações no diário tem sido crescente nos últimos dias. Se a regra do perfil técnico foi firme no primeiro e segundo escalões, inclusive para os vereadores e outras lideranças de seu próprio partido, os critérios de escolha agora foram delegados aos titulares das secretarias.

Cada secretário teria autonomia na escolha para preenchimento dos cargos fora do crivo do prefeito e, na maioria das vezes, o principal critério é compor os postos com lideranças filiadas a seus partidos e aliados.

Com um governo formado por indicações feitas pelos partidos coligados à sua candidatura (PCdoB, PP e PSB), partidos que apoiaram o prefeito no segundo turno (PMDB) e o PV na Secretaria do Verde e Meio Ambiente, as nomeações para parte dos cargos de segundo e terceiro escalões têm contemplado as siglas.