PPS e PMN oficializam novo partido, que deve abrigar José Serra

Batizada de Mobilização Democrática, sigla quer formar novo bloco de oposição ao governo Dilma e conta com simpatia de Eduardo Campos (PSB); vereador vê divisão entre governador de Pernambuco e Marina Silva

Serra e Freire durante seminário sobre o novo partido realizado na semana passada (Foto: André Borges/Folhapress)

São Paulo – PPS e PMN oficializaram hoje (17) a anunciada fusão dos dois partidos, que serão extintos para dar origem a uma nova sigla, o MD (Mobilização Democrática). O MD teria entre seus objetivos servir de abrigo a José Serra, que após sucessivas derrotas eleitorais perdeu espaço no PSDB para o governador Geraldo Alckmin (SP) e para o senador Aécio Neves (MG).

O deputado federal Roberto Freire (SP), principal articulador da criação do MD e aliado fiel de Serra, foi escolhido para presidir a legenda.

O partido nasce com 13 deputados federais, 58 estaduais, 147 prefeitos e 2.527 vereadores. Seus dirigentes apostam na ampliação dessa base institucional. 

Das 125 cadeiras de seu Diretório Nacional, 24 ficaram vagas “para que sejam preenchidas por lideranças que eventualmente vierem integrar a nova força política”, segundo texto publicado na página oficial do agora extinto PPS – que por sua vez originou-se do antigo PCB.

Segundo o secretário-geral do MD, deputado federal Rubens Bueno (PR), são “surpreendentes” as manifestações de possível adesão. “De hoje para amanhã, teremos boas novidades”, disse, também na página do PPS.

A estratégia é formar um novo bloco de oposição ao governo da presidenta Dilma, com viés de esquerda. O movimento conta com a simpatia do governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), que tem pretensões de candidatar-se à Presidência da República em 2014. Nessa configuração do xadrez político, segundo especula-se, Campos faria dobradinha com José Serra em São Paulo, que sairia candidato ao governo do estado.

Por se tratar de fusão, o MD não precisa recolher 500 mil assinaturas para obter registro na Justiça Eleitoral. Juntos, PPS e PMN teriam quase 700 mil filiados.

O vereador Ricardo Young (MD), um dos dois parlamentares do PPS no Legislativo de São Paulo, admitiu que a criação do novo partido foi aprovada de maneira apressada, mas que não restou outra maneira por conta do “jogo pesado do governo federal”, que, segundo ele, estaria tentando evitar a criação de novas siglas. Segundo ele, agora o novo partido deverá ter mais calma para definir seus estatutos e o conteúdo de seu programa partidário.

Para o vereador, o MD deve apoiar na eleição à Presidência do próximo ano o atual governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), ou a ex-ministra Maria Silva (que tenta viabilizar seu próprio partido, a Rede). “Em São Paulo, a candidatura da Marina tem o apoio de dois terços do membros do partido”, afirma Young. A bancada do PPS no legislativo paulistano é formada por Young e pelo vereador Ari Friedenbach.

Sobre uma suposta ida do ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) para o novo partido e uma, também suposta, intenção do tucano em disputar o governo do estado pelo MD, Young afirma que não vê muita possibilidade. “Eu não vejo o Serra candidato por nenhum partido”, diz. “O MD tem boa representação e todas as condições para ser protagonista na disputa por cargos importantes.”

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