Investimentos

Na preferida BH, Dilma abre 2014 com discurso favorito de 2013: republicanismo

Presidenta afirma que governo federal não pode 'lavar as mãos' para problemas de estados e municípios e que R$ 142 bilhões para mobilidade urbana 'começam a resolver o problema'

Roberto Stuckert Filho/ PR

A presidenta Dilma Rousseff durante cerimônia de assinatura de contratos para obras de mobilidade

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff (PT) assinou hoje (17) pela manhã convênios para investir R$ 2,5 bilhões em novas obras de mobilidade urbana na Região Metropolitana de Belo Horizonte, no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Em um de seus destinos preferenciais de 2013, Dilma adotou em sua primeira agenda externa de 2014 um de seus discursos mais utilizados ao longo de todo o mandato: o republicanismo, ou seja, que a União tenha parceria os governos estaduais e municipais, além da iniciativa privada, independentemente da coloração partidária das lideranças políticas locais.

Em sua primeira agenda externa oficial em 2014, o discurso da presidenta teve como foco a parceria da União com  Estiveram presentes na cerimônia o governador Antonio Anastasia (PSDB) e o prefeito de BH, Márcio Lacerda (PSB), além do ministro das Cidades, Agnaldo Ribeiro.

Nós conhecemos e respeitamos as atribuições dos estados e municípios na gestão do transporte coletivo. Mas é errado pensar, como pensava-se no passado, que o governo federal pode ter a atitude de Pôncio Pilates e lavar as mãos diante do problema”, afirmou a presidenta. “O que nos une é o fato de que todos nós fomos eleitos pelo voto popular e temos de responder a todos os que nos elegeram, e também aos que não votaram em nós. Como presidenta de todos os brasileiros, eu não cometo discriminação por time de futebol, por religião, e nem por partido político.”

Os R$ 2,5 bilhões que serão investidos pelo governo federal integram um investimento total da ordem de R$ 8 bilhões, considerados também os investimentos dos governos locais e das empresas. A maior parte das obras refere-se à ampliação do metrô na capital mineira e nas cidades da Grande BH, de forma a integrar o transporte sobre trilhos, que chegará a 44,5 quilômetros de extensão ao fim das obras, com os corredores de ônibus (a previsão é que a cidade conte com 42 quilômetros de corredores) e os 92 quilômetros de ciclovias que devem ser implementados.

A presidenta ressaltou ainda o amadurecimento da democracia brasileira, e afirmou que a população, hoje, não aceita que os governantes tratem recursos públicos como se fossem seus. “Por isso o governante, no passado, dizia: de que partido você é? Se não for do meu, não tem dinheiro. Esse processo antidemocrático tinha como objetivo o controle político de camadas da população”, ponderou.

Dilma apontou que o investimento federal funciona como “fermento”: esse dinheiro, somado aos recursos locais, permitem investimentos que, de outra forma, não seriam possíveis. “Hoje, fazemos financiamento em 30 anos, com quatro anos de carência e juros de 5%. Antes, neste país, o governo federal só financiava em até sete anos, dificultando convênios com as cidades pequenas e médias”, apontou a presidenta, em crítica velada aos governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB, 1995-2002).

O investimento total do governo Dilma em mobilidade urbana deverá ser de R$ 142 bilhões, segundo a presidenta até o momento, foram destinados R$ 93 bilhões para a área. “Eu queria explicar para vocês que uma questão grave é que não se investia no Brasil. Tanto é assim que só no meu governo, apesar de o governo Lula ter empenhado recursos para mobilidade, conseguimos elevar esse investimento a uma cifra que começa a resolver. Não digo que resolve o problema totalmente, mas começa”, ressaltou.

Rodovias

A presidenta Dilma anunciou ainda investimento de R$ 103 bilhões para a pavimentação de 51 quilômetros da BR-174, no trecho entre o município de Ituiutaba e o entroncamento com a BR-364, no distrito de Bastos, Triângulo Mineiro, para melhorar o escoamento da produção agrícola de toda a região. A obra prevê ainda a construção de quatro pontes.

“Além disso, eu queria dizer para vocês que o que conseguimos com as BRs 040, 050 e 060, aqui em Minas, é um processo muito importante para o estado e para o Brasil. Iniciamos aqui um novo modelo de concessão para cobrança de pedágio que garante que as obras de qualificação das rodovias têm de ser concluídas pelas empresas nos cinco primeiros anos de contrato, e os pedágios não podem começar a ser cobrados antes que 10% das obras previstas estejam concluídas. Isso com o menor preço de pedágio do Brasil”, afirmou a presidenta.

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