Movimentos sociais vão entregar carta de reivindicações para candidatos a prefeito

Em São Paulo, pedidos serão voltados para habitação, problema por conta da cessão de terrenos públicos para a iniciativa privada e pelo Projeto Nova Luz

São Paulo – Movimentos sociais ligados à Frente de Resistência Urbana vão entregar uma carta de reivindicações aos candidatos a prefeito em municípios brasileiros nos quais a organização atua. Em São Paulo, o documento será elaborado Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e requisitará alterações na política de habitação da cidade.

O eixo central das reivindicações é a desapropriação de terrenos para a construção de moradias populares, por meio do Estatuto das Cidades, que prevê ações como desapropriação e impostos progressivos para terrenos que não cumprem a função social da terra. As entidades atuantes de cada município ficam responsáveis por alinhar as reivindicações com as particularidades da região.

Em São Paulo, o documento prevê a suspensão de uma medida implantada pela administração de Gilberto Kassab (PSD) que doa terrenos públicos para empresas privadas com contrapartida de ações sociais. Também reivindica o fim do Projeto Nova Luz, que cede um bairro inteiro à exploração da iniciativa privada. “O projeto, na verdade, acaba incentivando a especulação imobiliária e a criminalização dos usuários de drogas”, avalia um dos coordenadores do MTST. A carta será apresentada em uma assembléia do MTST em 22 de julho e, em seguida, deve ser entregue aos candidatos.

ABC

No ABC paulista, 206 entidades ligadas a lutas populares entregaram ontem (5) uma carta de reivindicações aos candidatos a prefeito das sete cidades que compõe a região: Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

Com 145 propostas, o documento pede desde a construção de um hospital regional até a criação de conselhos municipais para fortalecer a economia solidária, passando por implantação de Bilhete Único e estruturação de planos municipais de cultura. Ele é dividido em sete eixos: Direitos Humanos e Sustentabilidade, Diálogo Interreligioso para Sustentabilidade da Vida, Meio Ambiente e Cidadania, Saúde, Movimento sindical, Economia Solidária e Participação Cultural.

“Sabemos que será difícil atender todas as solicitações, mas queremos criar mecanismos para monitorar o cumprimento”, afirmou o coordenador do Fórum Social do ABCDMRR, que congrega os movimentos responsáveis pela carta. “Estamos muito satisfeitos com o debate e acreditamos que iremos avançar”.

Com informações do ABCD Maior