Movimentos de moradia indicam nomes do PT para habitação e Cohab em São Paulo

Receosos de que o PP, partido de Paulo Maluf, fique com os cargos, eles propõem os nomes do deputado estadual Simão Pedro (PT) e do secretário Clélio Leme, ligados aos movimentos populares

São Paulo – Representantes dos movimentos de moradia popular de São Paulo entregaram hoje (26) para os vereadores da bancada do PT um manifesto contra a indicação de membros do PP para ocupar a Secretaria de Habitação e a presidência da Companhia Metropolitana de Habitação (Cohab) e, de quebra, indicaram dois nomes do próprio partido ligados à habitação popular para ocupar os cargos, o deputado estadual Simão Pedro (PT), que atua em várias frentes dos movimentos populares, e Clélio Leme, secretário municipal de habitação de Campinas e presidente da Cohab naquele município.

O PP foi um dos partidos da coligação que apoiou a candidatura de Fernando Haddad (PT) à prefeitura de São Paulo e é cotado para indicar os ocupantes dos dois cargos. Haddad já discutiu com o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro (PP), sobre a participação do Partido Progressista em sua equipe de governo.

A manifestação entregue hoje aos vereadores petistas segue a linha da Petição de Repúdio divulgada no dia 19 deste mês feita pela Central de Movimentos Populares (CMP), União de Movimentos de Moradia da Grande São Paulo e Interior (UMMSP), Frente de Luta pela Moradia (FLM), Grupo de Articulação de Moradia do Idoso (Garmic) e Movimento de Moradia da Região Centro (MMRC).

Eles consideram uma “traição” entregar a secretaria e a Cohab para o PP e pedem que Haddad reveja a discussão. Entre as principais críticas ao PP para comandar a área de habitação em São Paulo estão a falta de diálogo com os movimentos de moradia popular e a politica habitacional adotada pelo ex-prefeito Paulo Maluf (PP) na capital paulista entre 1993 e 1996, quando criou o programa Cingapura.

Também preocupados com a possibilidade de a área ser gerida pelo PP, arquitetos e urbanistas ligados ao PT e aos movimentos populares também já se mobilizaram. Na semana passada eles entregaram à equipe de transição de Haddad um abaixo-assinado pedindo que a proposta de entregar a pasta ao PP não seja concretizada.

Hoje, durante a realização da primeira audiência pública para discutir a proposta de Orçamento do município para 2013, alguns membros até admitiram a possibilidade do PP na secretaria ou na Cohab, mas não nas duas. A liderança do PT na Câmara afirmou que o assunto não está em consideração por parte dos vereadores e que cabe a Haddad definir o secretariado.