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Movimentos sociais buscam agenda com Dilma esta semana

Segundo ex-presidente Lula, ministro Jaques Wagner disse que presidenta está 'disposta' a encontro

Roberto Parizotti/Secom-CUT

Ex-presidente Lula e Vagner Freitas articulam encontro de movimento social com Dilma Rousseff

São Paulo – O presidente da CUT, Vagner Freitas, disse hoje (7), em entrevista a jornalistas, após ato político no Sindicato dos Engenheiros de São Paulo, que as entidades do movimento social que se mobilizam contra o impeachment pretendem se encontrar com Dilma Rousseff. “Nós queremos nos encontrar com a presidenta e estamos construindo uma agenda nessa semana ainda para ela receber a Frente Brasil Popular, a Frente Povo sem Medo, para hipotecarmos a ela nosso apoio e solidariedade e entregarmos nossas reivindicações.”

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou no sindicato que recebeu um telefonema do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, segundo o qual a presidenta Dilma Rousseff estaria “disposta” a receber o movimento social esta semana. “Precisa marcar a data”, disse o ex-presidente.

Na coletiva, Vagner Freitas ressaltou a pluralidade do movimento contra o impeachment como fundamental para barrar a tentativa de interromper o mandato de Dilma. “Representantes tanto da Frente Brasil Popular, como da Frente povo sem Medo, de centrais sindicais, do PT, do PCdoB, do PCO, do PDT, do PSD, enfim, estão todos irmanados na ideia de defender o Estado de Direito, a democracia, contra o golpismo e o retrocesso, que é ruim para a democracia, mas pior para os trabalhadores e trabalhadoras brasileiras.”

Para o dirigente, o “terceiro turno”, que se estende desde a eleição de 2014, inverteu a agenda do país. “Nós achamos que a agenda que temos que discutir com o Brasil é a da retomada do desenvolvimento, até mesmo da mudança da política econômica para permitir isso”, afirmou Freitas. “Essa disputa que não acaba nunca do terceiro turno, que aqueles que perderam a eleição insistem em continuar, paralisa o país. Com isso, nós, os trabalhadores, perdemos o emprego e as empresas perdem o ganho que poderiam ter.”

Perguntado por um jornalista se, para o movimento social, “não basta a permanência de Dilma, mas é preciso uma mudança da politica econômica”, Freitas respondeu: “Nós não tergiversamos. Nossa construção aqui (no movimento iniciado hoje em São Paulo) é contra o impeachment e defendendo o mandato da presidenta Dilma. Ela passando por esse processo, continuando presidenta da República, aí nós vamos discutir com ela a pauta dos movimentos sociais e dos trabalhadores, e a primeira pauta é a mudança do modelo econômico”.

Segundo ele, o país precisa de um projeto nacional de desenvolvimento, que passe por uma agenda do investimento em mercado interno, barateamento do crédito e redução da taxa de juros. “E para isso a agenda do impeachment não serve.”

Ato no Rio de Janeiro

Amanhã (8), CUT, CTB, PT, PC do B e movimento social realizarão um ato em defesa da democracia, contra o golpe de Estado, pelo mandato da presidenta Dilma Rousseff e por mudanças na política econômica. O ato será realizado a partir das 16h, na Candelária, no Rio de Janeiro.

A mobilização prevê caminhada até a sede da Petrobras, no centro da cidade, a partir das 17h. Às 18h, as entidades começam uma marcha à Cinelândia, onde ocorre o ato político. Os militantes levarão à rua a bandeira “Fora Eduardo Cunha”, presidente da Câmara dos Deputados, que acolheu o pedido de impeachment na semana passada, envolvido em escândalo de corrupção.