Tiroteio político

Moro nega que cogita renunciar ao mandato e deixar o país após Dallagnol ser cassado

Impressionado com a cassação do colega de Lava Jato, ex-juiz e hoje senador estaria pensando em abrir mão do mandato e deixar o país

Marcos Oliveira/Agência Senado
Marcos Oliveira/Agência Senado
Moro teria afirmado em conversas acreditar que, depois da cassação de Dallagnol, "eles vêm para cima de mim"

São Paulo – Repercute em Brasília nesta quinta-feira (18) a informação de que o senador Sergio Moro (União-PR) estaria pensando em renunciar ao seu mandato e deixar o país, impressionado que ficou com a cassação do colega Deltan Dallagnol. Segundo o jornalista do Ig Daniel César, “assessores preferem que ele se antecipe e vire uma espécie de perseguido político pedindo asilo aos EUA”. Seria uma “versão Jean Wyllys da direita”, de acordo com o jornalista.

Em seu Twitter, Moro desmente a notícia. “Eu estava no exterior, no setor privado, e voltei ao Brasil para defender o meu país, sendo eleito Senador. A luta segue firme e qualquer informação diferente é total fake news. Aliás, continuamos na batalha também por @deltanmd”, declarou, em apoio ao colega de Lava Jato e ex-procurador Dallagnol.

“Sigo firme”

À colunista Bela Megale, de O Globo, ele também desmente a informação de que pretende sair do Brasil. “Sigo firme na oposição e focado em meus projetos”, disse ele. O jornalista do Ig cita “uma pessoa do núcleo duro de Moro”, que teria confirmado a intenção do ex-juiz da Lava Jato de deixar o país. Moro, diz Cesar, “foi aconselhado por um importante cacique político logo após a decisão do TSE” de cassar Deltan.

A informação do Ig, de certa forma, é um desdobramento de nota da jornalista Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo, ontem, segundo a qual “interlocutores que conversaram com o ex-juiz nesta semana” afirmaram que ele “estava extremamente preocupado com o processo contra Deltan Dallagnol”. Moro teria afirmado nas conversas acreditar que, depois de cassar Dallagnol, “eles vêm para cima de mim”, informa a colunista.

PL x Moro

A eleição de Moro, de fato, está sendo questionada na Justiça Eleitoral do Paraná pelo PL, partido de Jair Bolsonaro. A legenda tem interesse na vaga porque o ex-deputado federal Paulo Martins, do próprio PL, assumiria o lugar dele no Senado. Por isso, o lavajatista e atual senador corre o risco de perder o mandato. Isso depende de interpretação do TSE.

No ICL Notícias de hoje, o jornalista Leandro Demori comenta esse aspecto do imbróglio reforçando que Moro é acusado de abuso de poder econômico. E “quem fez a denúncia contra Moro no TSE foi o partido de Bolsonaro”.

O raciocínio é o seguinte: o ex-juiz se filiou ao Podemos em novembro de 2021 e se tornou “naturalmente” pré-candidato à presidência da República pela sigla. Mas, em março de 2022, ele desistiu de disputar o Planalto. Ao se lançar na disputa pelo Senado, ele já teria saído na frente ante seus adversários, beneficiado por grande volume de investimento feito pela candidatura que não levou adiante, mas que lhe rendeu a popularidade com a qual foi eleito senador.

Veja trecho do ICL Notícias:


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