São Paulo – O blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio está na lista de Difusão Vermelha (DV) da Interpol, a Organização Internacional de Polícia Criminal. A determinação, divulgada nesta segunda-feira (31), é do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A DV é uma ferramenta de cooperação policial internacional que ajuda a localizar pessoas procuradas pela Justiça para extradição.

Em 23 de dezembro do ano passado Moraes determinou a prisão de Eustáquio, que está foragido. O bolsonarista esataria no Paraguai. O ministro atendeu a pedido da Polícia Federal, com anuência da Procuradoria-Geral da República (PGR).

O dito blogueiro, investigado no inquérito das fake news, chegou a se refugiar no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, em dezembro do ano passado, temendo ser preso. Ninguém entra nesse local sem o aval do chefe de governo. Ele procurou o socorro de Bolsonaro no dia seguinte às depredações provocadas por terroristas, na noite de 12 de dezembro de 2022. Horas antes, o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, havia sido diplomado como novo chefe de Estado.

A ordem de prisão em dezembro foi determinada porque Eustáquio descumpriu medidas cautelares impostas após ele ter uma detenção anterior, de 2020, revogada. O arruaceiro teria participado de protestos a favor de intervenção militar no país. “O comportamento de Oswaldo Eustáquio é gravíssimo e pode colocar em risco, inclusive, a vida do presidente da República eleito no pleito de 2022”, afirmou o ministro do STF ao decretar a prisão do indivíduo.

Procurado usa até a filha de 15 anos

Há duas semanas, foi divulgado que Alexandre de Moraes ordenou o bloqueio das contas bancárias da filha de 15 anos de Oswaldo Eustáquio. A decisão havia sido foi assinada em março, após o blogueiro pedir doações à conta da filha pelas redes sociais.

As investigações apontam “fortes indícios” de que Eustáquio cometeu crimes de ameaça e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, instigou a “animosidade entre as Forças Armadas e os Poderes”, com declarações golpistas, além de ameaçar policiais federais que cumprissem a ordem de prisão contra ele.