Ministro vê fundo eleitoreiro em acusações

Bezerra, da Integração Nacional, descartou a possibilidade de ter privilegiado o filho no empenho de emendas parlamentares

O turbilhão de denúncias foi publicado em diferentes veículos da velha mídia nos últimos dias, inclusive sob acusação de ter favorecido o estado de Pernambuco (Foto: Antonio Cruz/Arquivo Agência Brasil)

São Paulo – Para Fernando Bezerra, ministro da Integração Nacional, as acusações contra sua atuação na pasta, divulgadas no fim de semana, são motivadas pelo “acirramento político” causado pela proximidade da eleição municipal. Ele rejeita, em quatro notas à imprensa, a possibilidade de ter privilegiado o filho, o deputado federal Fernando Coelho Filho (PSB-PE) ao empenhar emendas parlamentares ao Orçamento Geral da União. São rechaçadas ainda irregularidades em outras duas frentes.

O turbilhão de denúncias foi publicado em diferentes veículos da velha mídia nos últimos dias. Bezerra ainda é acusado de ter favorecido Pernambuco como destino de recursos do ministério e de ter comprado um mesmo terreno duas vezes, quando prefeito de Petrolina (PE), a 710 quilômetros da capital. A cidade foi administrada por ele durante três mandatos, mas o domicílio eleitoral foi transferido para Recife, onde ele pode disputar a prefeitura – aliado ao PT. Fernando Coelho Filho é pré-candidato à eleição em Petrolina.

“É natural que, em meio da proeminência de alguns familiares, a cidade possua grupos políticos de oposição, que divulgam qualquer fato como se verdadeiro fosse e que se utilizam de qualquer órgão de controle para apresentar denúncias sem fundamento, mas que dão noticiário e terminam por ser objeto de investigação”, rechaçou Bezerra.

Na manhã desta segunda-feira (9), Bezerra e a presidente Dilma Rousseff reuniram-se pela primeira vez desde o início da publicação das acusações. Na pauta, foram ainda discutidas questões relativas às chuvas na região Sudeste do país, que afetam principalmente os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Em relação a suposto favorecimento ao seu filho, o ministro afirmou que 138 parlamentares tiveram emendas empenhadas, ou 62% do total de parlamentares com emendas destinadas ao ministério e vinculadas. O número de emendas atendidas foi compatível com outros deputados e senadores.

Em relação à dupla compra de terreno em Petrolina, Bezerra explica que ocorreu um erro procedimental e que o primeiro pagamento foi restituído aos cofres da prefeitura.

Com informações da Reuters