São Paulo – O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, chegou pouco depois das 10 horas desta segunda-feira (28) à sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, para o prestar novo depoimento. O testemunho ocorre no âmbito do inquérito que investiga o hacker Walter Delgatti Neto junto ao Palácio do Planalto e sua relação com invasão do sistema de Justiça, especificamente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

É o segundo depoimento do tenente-coronel em quatro dias no mesmo inquérito. Na última sexta-feira (25), Cid já havia ido depor à PF e ficou no local por cerca de seis horas. À Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas e ataques às sedes dos três Poderes no dia 8 de janeiro, Delgatti afirmou que Bolsonaro lhe prometeu que concederia indulto se ele fosse preso devido a suas ações golpistas.

O encontro teria sido no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, em agosto de 2022. Segundo o hacker, Cid teria participado de uma reunião entre ele e o então presidente sobre a possível fraude de urnas eletrônicas envolvendo o código-fonte do sistema. Em um depoimento anterior à PF, Delgatti declarou que recebeu R$ 40 mil da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) para invadir sistemas do Judiciário, o que sua defesa confirmou.

Está previsto novo depoimento do ex-ajudante de ordens nesta quinta-feira (31). Cid irá depor, desta vez, sobre a suposta tentativa de venda de presentes oficias recebidos por Bolsonaro de países estrangeiros, principalmente Arábia Saudita. Nesse dia, Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle e mais cinco pessoas, além de Cid, deverão depor simultaneamente.