São Paulo – Por meio de seus advogados, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ajuizou ontem (3), em São Paulo, uma ação de reparação por danos morais contra a editora Abril. O motivo é a capa da edição de nº 2.450 da revista Veja, com uma montagem do ex-presidente vestido com uniforme de presidiário, associado a envolvidos em investigações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal.

“A empresa jornalística não pode pretender lucrar com a venda de seus produtos através da publicação de informação falsa”, diz o texto da ação. Os advogados acrescentam que não há “nenhuma ação penal em curso no país contra o ex-presidente, ao contrário do que a capa faz parecer”.

O Instituto Lula diz, em nota, que a revista Veja, diferentemente de Lula, “sofre inúmeros processos pelas mentiras publicadas contra diversas pessoas e organizações, não apenas o ex-presidente”. A entidade citou, como exemplo, um processo movido pelo senador Romário (PSB-RJ) contra a revista. O semanário publicou que o ex-jogador possuiria uma conta não declarada no banco BSI, da Suíça, onde teria US$ 7,5 milhões. Romário provou que a reportagem era falsa e entrou com um processo. A revista pediu desculpas ao ex-atleta.

A ação diz que a revista “não poderia estampar em uma capa uma imagem falsa e ofensiva, como se verifica no vertente caso” e acrescenta que a reportagem configura “sórdida mentira”.

Os advogados de Lula argumentam também que a capa da revista foi divulgada, além de bancas de revistas, em pontos de publicidade espalhados por todo o país, o que revela a intenção da revista de “denegrir a honra e a imagem do petista”.

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