Depois de manifestar publicamente discordância do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o deputado Leonardo Picciani (RJ) foi destituído da liderança do PMDB na Casa. Um grupo apresentou requerimento na Secretaria-Geral da Câmara, com 35 assinaturas, pedindo a substituição. O novo líder é Leonardo Quintão (MG).

O requerimento teve 35 assinaturas, uma a mais do que o necessário para substituir o líder – metade mais um –, uma vez que o partido conta com 66 parlamentares. O estopim para a mudança teria sido a lista de nomes do PMDB que Picciani apresentou para compor a comissão especial que vai analisar o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. As vagas são disputadas por integrantes do partido aliados do governo e nomes ligados a Cunha, que ainda no primeiro semestre anunciou rompimento com o Palácio do Planalto.

Uma ala da legenda chegou a acusar Picciani de descumprir compromisso firmado com a bancada, que previa que metade dos nomes (quatro) fossem escolhidos entre parlamentares favoráveis ao processo e a outra metade entre aliados ao governo. De acordo com esse grupo, Picciani “atropelou” a bancada e fechou uma lista que foi construída com o Planalto.

Ontem, parte do PMDB se uniu à oposição, formando uma chapa alternativa, que acabou vencendo a tumultuada eleição para compor a comissão. A chapa 2 venceu por 272 votos a 199. Houve ainda duas abstenções.

O PCdoB recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a eleição. O ministro Edson Fachin concedeu liminar para suspender o processo de impeachment na Câmara.

Com informações da Agência Câmara e da Agência Brasil