Serviços públicos

Ibope: popularidade de Dilma cai e é similar à de governadores e prefeitos

Entre os administradores estaduais, Sérgio Cabral, Marconi Perillo e Geraldo Alckmin têm os menores índices de aprovação. Saúde é indicara como pior problema do país

Roberto Stuckert Filho/Planalto

Todos saíram afetados, diz o Ibope, mas há dificuldade em diferenciar esferas de governo

São Paulo – Pesquisa feita pelo Ibope a pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada na tarde de hoje (25), mostra queda na popularidade do governo federal, de 55% em junho para 31%. Em avaliação feita também nos governos estaduais, o Ibope aponta os governadores de Pernambuco, Paraná, Ceará e Minas Gerais como os mais populares e os de Rio de Janeiro, Goiás e São Paulo como os menos populares. O instituto consideram a popularidade média de governadores e prefeitos similar à da presidenta Dilma Rousseff.

As manifestações de junho são apontadas como fator determinante para a queda da avaliação da presidenta. Mas as críticas são distribuídas entre Executivo e Legislativo. Mais de 30% dos entrevistados reprovaram as respostas dadas por governantes e parlamentares.

No caso específico de Dilma, o Ibope afirma que a queda na popularidade, “que se iniciou com o crescimento da inflação, como apurado na pesquisa de junho, se intensificou após o início das manifestações públicas que tomaram conta do país a partir da Copa das Confederações”. A aprovação da maneira de governar caiu de 71% para 45%. O índice de confiança na presidenta recuou de 67% para 45%, enquanto o percentual de população que não confia subiu de 28% para 50%.

Entre os governadores, Sérgio Cabral (PMDB), do Rio, ocupa a lanterna em termos de aprovação, com 29%, seguido por Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, com 34%, e Geraldo Alckmin (PSDB), de São Paulo, com 40%. Os três ficam abaixo da média nacional, de 42%, e bem distante dos líderes da lista, Eduardo Campos (PSB), de Pernambuco, com 76%, Cid Gomes (PSB), do Ceará, com 54%, e Beto Richa (PSDB), do Paraná, com 52%. No caso das administrações estaduais, o Ibope não tem uma série que possibilite a comparação com os índices registrados antes das pesquisas.

As pessoas consultadas também reprovaram nove de 13 tipos de serviços públicos. Os considerados pelo menos adequados são os serviços postais, de fornecimento de energia e de água e de iluminação pública. “De um modo geral, a população identifica a responsabilidade da cada nível de governo no suprimento dos serviços públicos, mas parcela significativa defende que todos são igualmente responsáveis ou devem ser igualmente cobrados”, diz o Ibope.

As piores avaliações referem-se a segurança pública, postos de saúde/hospitais, transporte público e educação fundamental/ensino médio. E as principais reivindicações são por mais investimentos em saúde, contra a corrupção e mais segurança.

O Ibope observa que a divisão de responsabilidades dos serviços públicos entre os governos federal, estadual e municipal causa “alguma dificuldade” para a população identificar o responsável por determinado serviço. “Considerando os quatro serviços que mais preocupam a população brasileira, cerca de 40% responderam, espontaneamente, que a responsabilidade é dividida igualmente entre os três níveis para os casos de saúde, segurança e educação, ou que todos devem ser igualmente cobrados”, informa o instituto.

No caso da saúde, por exemplo, 22% responsabilizam os governos estaduais, 19% o federal e 15% o municipal. Na educação, o estadual recebeu 22% das cobranças, ante 19% do municipal e 16% do federal. Em transporte público, os governos municipais ficam com 34% da responsabilidade, ante 19% do estadual e 10% do federal.

Essa queda também se refletiu na comparação entre os governo de Dilma e de Lula. Foi a primeira vez, nesta gestão, que o percentual de quem considera o governo atual pior que o do anterior foi o mais alto entre as opções apresentadas aos entrevistados. Em julho, 46% disseram que o governo Dilma é pior que o de Lula, ante 10% que consideram melhor. Outros 42% consideram iguais.

Embora apontado como um fator de queda de popularidade, a inflação não aparece entre os principais problemas apontados. O primeiro da lista é saúde (77%), seguido de educação (39%), segurança pública/violência (38%), drogas (29%) e corrupção (27%). O controle da inflação e dos preços tem apenas 9%.

Segundo o Ibope, foram feitas 7.686 entrevistas, dos dias 9 a 12, em 434 municípios, sendo 2.002 para amostra nacional.