Ameaça

Guedes defende extinguir dedução de despesas médicas e de educação do Imposto de Renda

Depois de ataque ao salário mínimo e às aposentadorias, ministro da Economia de Bolsonaro quer tirar R$ 30 bilhões da renda da classe média, a fim de compensar gastos do governo para “comprar” votos

Wilson Dias / ABr
Wilson Dias / ABr
Guedes: suspensão de dedução de despesas médicas permitiria economia de R$ 24,5 bilhões, enquanto o corte em educação pode chegar a R$ 5,5 bilhões

São Paulo – A equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu por escrito o fim dos descontos com despesas médicas e de educação no Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). A argumentação da pasta é de que a medida representaria uma economia de R$ 30 bilhões. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo. Isso serviria para compensar os gastos que Jair Bolsonaro (PL) tem feito para conquistar ou “comprar” votos na campanha eleitoral.

O jornal cita documento que obteve “na íntegra”, de 10 páginas, além de anexos com sugestões de mudanças no Congresso Nacional, produzido pela equipe da área fiscal do ministério da Economia depois do primeiro turno da eleição. O Estadão acrescenta ainda que, em resposta, Paulo Guedes “refuta a alegação de que pretende acabar com as deduções”, classificando a informação como “totalmente descabida de fundamento”. A assessoria do ministro disse ainda que “não reconhece a validade do documento” mostrado pelo jornal.

O documento prevê que a suspensão de dedução de despesas médicas permitiria economia de R$ 24,5 bilhões, enquanto o corte em educação pode chegar a R$ 5,5 bilhões.

Salário mínimo e aposentadoria

Na semana passada, veio a público outra medida que Paulo Guedes planeja para um eventual próximo mandato de Bolsonaro: a extinção da indexação da inflação para correção do salário mínimo. Isso implicaria que benefícios previdenciários, como a aposentadoria, e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) não teriam mais sequer correção pela inflação do ano anterior. 

Seria “o fim da aposentadoria”, na opinião do presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), João Inocentini.