Governo fez esforço para estabilizar setor elétrico e evitar racionamentos, diz Dilma

Presidenta inaugurou na manhã de hoje, no Maranhão, a Usina Hidrelétrica de Estreito, com capacidade de 1.087 MW, suficiente para abastecer uma cidade de 4 milhões de habitantes

Dilma afirmou que o mais importante é garantir a universalização do acesso à energia elétrica no país (Roberto Stuckert Filho/PR)

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff afirmou hoje (17), durante inauguração da Usina Hidrelétrica Estreito, no município de Estreito, no Maranhão, que o Brasil fez um grande esforço para estabilizar o setor elétrico, e evitar racionamentos, e que a energia elétrica também é um fator de competitividade para o país seguir crescendo. No país, 86% da geração de energia elétrica provém da hidreletricidade.

“Fizemos um grande esforço para estabilizar o setor elétrico no Brasil, para que não haja racionamento, para que as melhores práticas de segurança sejam implantadas e isso é um projeto que passa, necessariamente, por uma cooperação entre o setor público e o setor privado”, disse Dilma, acrescentando que o país voltou a investir não só em geração, mas em redes de transmissão e distribuição ao longo de todo o período do governo Lula. “No meu período de governo nós iremos continuar perseguindo essa expansão de forma planejada e consistente.”

No momento em que as empresas do setor elétrico devem se posicionar sobre a renovação das concessões públicas para geração, distribuição ou transformação de energia, Dilma ressaltou que o governo respeita seus contratos. “Há 20 anos, o Brasil não rompe contratos… palavra dada é palavra empenhada”. Falou sobre a importância de findo o contrato, de 35 anos, o governo federal voltar a ser dono da usina, e que isso pode refletir em tarifas mais baixas para o povo. O importante, disse ela, é garantir a universalização.

Segundo o Consórcio Estreito Energia, a Usina de Estreito é uma obra do Programa e Aceleração do Crescimento (PAC) e tem capacidade de 1.087 MW, suficiente para abastecer uma cidade de 4 milhões de habitantes. O investimento na obra chegou a R$ 5 bilhões e mais R$ 600 milhões foram aplicados em ações socioambientais para minimizar os impactos da obra no meio ambiente e na vida da população dos 12 municípios que de alguma forma foram atingidos pela sua construção.

Dilma comentou que as empresas envolvidas, Alcoa e Tractebel, podem ter origem de capital em outros países, mas entraram no Brasil e adotaram os problemas e a nacionalidade brasileira. “No governo do presidente Lula (Luiz Inácio Lula da Silva) já tínhamos a convicção que o país precisava investir em energia elétrica… Estreito era uma região estratégica para que se construísse hidreletricidade.” 

“Sei que o Brasil é um país privilegiado, porque nós ainda temos fontes hidrelétricas a explorar. E gerar energia a partir dos nossos rios é muito melhor do que gerar energia a partir de óleo combustível, diesel, óleo combustível, óleo diesel ou carvão. É muito mais seguro do que gerar energia nuclear e muito mais longevo”, disse a presidenta. Ela destacou o fato de que terá 99 anos de idade (hoje tem 64) quando vencer o contrato da usina. 

A presidenta salientou que, além de ser uma energia renovável, com baixo impacto ambiental, não tem de reinvestir grandes quantidades de dinheiro sistematicamente, como se faz em usinas térmicas – de 15 em 15 anos, ou, na melhor das hipóteses, de 20 em 20.

A geração de empregos também foi enfatizada por Dilma em seu discurso. “Esta usina também, antes de produzir energia, produziu empregos e oportunidades de treinamento. E pode produzir peixes também. E aí eu vou cumprimentar aqui o consórcio, pela iniciativa de construir essa parceria com o Movimento de Atingidos por Barragens”, representante da população do entorno da usina, que tira o sustento do rio e das terras locais. Ela adiantou que, passado o período eleitoral, o governo vai lançar um programa voltado á pesca, nos moldes do Agricultura Familiar.

“Tinha uma coisa que me incomodava muito quando eu entrei no Ministério de Minas e Energia, e eu ficava muito… até envergonhada, o fato de que nós éramos um país com grandes riquezas, o fato de que o nosso país era grande e o fato de que uma porção de gente neste país vivia sem luz elétrica”, observou. O governo calculou em torno de 2 milhões de pessoas nessa situação à epoca e disse que o país superou essa dificuldade. “Nós estamos chegando, já fizemos os 2 milhões – que, naquela época antes do Censo, a gente achava que eram os que não tinham luz elétrica, e agora estamos nos aproximando dos 3 milhões e concluindo o processo de universalização da hidreletricidade no Brasil.”

Com Agências