AP 470

Família de Genoino abre conta bancária para levantar valor de multa exigida pelo STF

Ex-deputado não tem patrimônio para arcar com despesa de R$ 667 mil e está sendo alvo de 'perseguição rancorosa e odiosa'

Gustavo Lima/Câmara dos Deputados

Família de petista diz que Supremo Tribunal Federal ‘se dobrou a um linchamento midiático’

São Paulo – A família do ex-deputado do PT José Genoino, como apoio de militantes e parceiros, anunciou na noite de ontem a abertura de uma conta na Caixa Econômica Federal para arrecadar contribuições necessárias ao pagamento da multa que ele foi condenado a pagar na Ação Penal 470, o chamado mensalão. As informações e o número da conta estão no site http://www.apoiogenoino.com/.

Segundo nota da família de Genoino publicada no site, “nas últimas horas do dia 7/01/2014, ele foi notificado de que deve pagar uma multa de R$ 667.513,92 até o dia 20/01/2014. Como todos sabem, Genoino não tem patrimônio para arcar com tal despesa”.

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“Condenado sem provas por um tribunal que se dobrou a um linchamento midiático, Genoino está sendo alvo agora de uma perseguição rancorosa e odiosa. Apesar de seus gravíssimos problemas de saúde, continua a sofrer ameaças e constrangimentos intoleráveis da parte de algumas autoridades”, registra a família.

Na quarta-feira, o advogado do ex-deputado, Luiz Fernando Pacheco, disse à RBA considerar “muito estranho” o valor da multa. “Pedi para o meu advogado em Brasília conversar com o contador do fórum para dirimir essa dúvida.”

Genoino também foi condenado a uma pena de seis anos e 11 meses de prisão em regime semiaberto. Atualmente ele cumpre prisão em regime domiciliar em Brasília, em decorrência de decisão provisória de 21 de novembro, do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, válida até 20 de fevereiro, quando será submetido a novo exame médico. Barbosa então decidirá se mantém a prisão domiciliar ou determina a volta ao Complexo Penitenciário da Papuda, no entorno de Brasília.

Um site lançado por amigos de Genoino em setembro com um abaixo-assinado de apoio tinha, até esta sexta-feira, 21.531 assinaturas, entre as quais o cantor e compositor Chico Buarque, a filósofa Marilena Chauí, o escritor Fernando Morais, o crítico literário Antonio Candido e a ministra da Cultura, Marta Suplicy, o cineasta Luiz Carlos Barreto, o prefeito de São Bernardo de Campo, Luiz Marinho, e o ator Paulo Betti, entre outros. A lista, intitulada “Nós estamos aqui”, é uma “manifestação suprapartidária de afeto”, segundo os organizadores.