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Empresário engajado em atos antidemocráticos diz que ‘Brasil vive ditadura’

O empresário bolsonarista Otávio Fakhoury disse no twitter que “é necessário pôr um fim imediato a todas as práticas e ações que violam leis e Constituição Federal”. Financiados por empresários, “patriotas” preparam atos para esta terça (15)

Reprodução/Redes Sociais
Reprodução/Redes Sociais
Concentração de bolsonaristas golpistas diante do Comando Militar do Sudeste, em São Paulo

São Paulo – Em meio ao estímulo aos atos antidemocráticos, o empresário bolsonarista Otávio Fakhoury disse hoje (13), por meio de sua conta no twitter, que o país está vivendo sob uma ditaduta. E que “é necessário pôr um fim imediato a todas as práticas e ações que violam leis e Constituição Federal, portanto práticas ditatoriais anti-democráticas”. A declaração foi feita em resposta à jornalista Eliane Cantanhêde sobre nota divulgada pelas Forças Armadas nesta sexta-feira (11). “Ninguém aguenta mais nota de militares, ora sobre urnas, ora sobre manifestações, ora sobre limites do Judiciário… Eles não têm o que fazer, não?”, escreveu ela.

“Sério que essa sra. ainda acha q estamos em um estado de normalidade institucional? Em q mundo ela vive? Alguém pf avise ela que temos centenas de pessoas sendo sumariamente censuradas por quem deveria nos proteger do arbítrio. Temos um criminoso condenado que foi descondenado”, respondeu o empresário, muito ativo nas redes especialmente agora em meio aos atos antidemocráticos.

E completou: “pela permissão ou determinação do poder judiciário e conivência ou omissão do Congresso. Estamos vivendo uma ditadura e essa sra não enxerga nada! É necessário pôr um fim imediato a todas as práticas e ações que violam leis e CF, portanto práticas ditatoriais anti-democráticas sob pena de nunca mais conseguirmos voltar a viver numa democracia. E as FFAA estão nisso porque são as garantidoras da independência dos poderes e do estado de direito no Brasil, conforme art 142 da CF”.

Empresário que insufla atos antidemocráticos é suspeito de pagar fake news

Com a frase “Deus, Família e Pátria” em seu perfil, Fakhoury – que aparece como Faka – é vice-presidente do Instituto Força Brasil e dirigente do PTB em São Paulo. Mas ficou mais conhecido por envolvimento com disseminação de notícias falsas, principalmente sobre a pandemia de covid que já matou mais de 690 mil pessoas no país.

O empresário é suspeito de financiar a divulgação de fake news. Tanto que foi convocado a depor na CPI da Covid em setembro do ano passado. E figura na lista dos empresários bolsonaristas que convocaram manifestações para 15 de março de 2020, em apoio a Bolsonaro e suas medidas a favor do coronavírus e contra a saúde da população.

Nas redes, Fakhoury é um dos maiores incentivadores dos “patriotas” que promovem atos golpistas desde as primeiras horas do dia 30, quando a derrota de Jair Bolsonaro (PL) foi confirmada nas urnas. Com financiamento de empresários, como tem sido apontado por investigações, bolsonaristas bloquearam estradas e tem ocupado espaços próximos aos comandos dos quartéis em todo o país.

Eles estão organizando atos para esta terça-feira (15), feriado nacional que marca a Proclamação da República. A movimentação é grande nas páginas “patriotas”. Um dos alvos é o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

O Ministério Público Federal (MPF), por meio da Procuradoria dos Direitos do Cidadão, cobrou do ministro da Defesa, Paulo Sérgio Oliveira, e do comandante do Exército, general Marco Freire Gomes, dados sobre promotores e patrocinadores dos protestos antidemocráticos em frente ao Quartel-General de Brasília.

A Procuradoria da República do Distrito Federal instaurou procedimento “para apurar responsabilidades sobre eventuais atos antidemocráticos”. E ainda questionou a Secretaria de Segurança Pública do DF sobre as providências tomadas para “coibir manifestações “ilícitas e/ou criminosas”.

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Redação: Cida de Oliveira


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