Em São Paulo, aliados de Dilma pedem atenção para evitar golpe baixo

São Paulo – Políticos ligados à campanha de Dilma Rousseff (PT) adotaram o discurso do “todo cuidado é necessário” para evitar que baixarias atrapalhem o êxito da ex-ministra nas eleições […]

São Paulo – Políticos ligados à campanha de Dilma Rousseff (PT) adotaram o discurso do “todo cuidado é necessário” para evitar que baixarias atrapalhem o êxito da ex-ministra nas eleições de domingo (31).

Após ser aventada, pela professora da USP Marilena Chaui, a possibilidade de que se repitam os golpes baixos da campanha de 1989, os integrantes da coligação pediram cautela aos militantes e lamentaram o nível ruim da discussão.

Senadora eleita por São Paulo, a petista Marta Suplicy demonstrou tristeza com a informação de que militantes do PSDB podem vestir camisetas do PT e simular tumultos durante o evento marcado para sexta-feira (29) em São Paulo. “Imaginei que nós tivéssemos ultrapassado esse nível de mentira, calúnia e confusões que não interessam a ninguém neste Brasil que nós queremos”, afirmou à reportagem da Rede Brasil Atual na entrada do debate realizado na TV Record.

A senadora classificou de “desastrosa” a campanha realizada no segundo turno das eleições, afirmando que as baixarias e a resposta a elas têm tomado todo o tempo da discussão. “Achei que perdemos um tempo enorme discutindo temas que não devem ser discutidos em campanha eleitoral. Isso não foi benéfico para a nossa democracia. Não acho que nesta semana poderemos melhorar o padrão do que têm sido as discussões.”

Renato Rabelo, presidente do PcdoB, acrescentou que se pode esperar de tudo, inclusive a repetição de episódios de campanhas passadas. “Pela prática que os adversários vêm adotando a gente tem de pensar dessa maneira. Adotaram o caminho da campanha subterrânea para atingir nossa candidata de maneira grotesca. Então, tudo pode acontecer.”

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que compareceu ao ato na USP no qual foi feita a denúncia, lembra que a professora Marilena Chaui citou um exemplo concreto, com vários detalhes que lhe fazem mais verossímil. “O importante é alertar nossa militância para não aceitar provocações. Estamos atentos e não vamos aceitar.”

Já o candidato a vice na chapa de Dilma, Michel Temer, avalia que não se deve esperar uma repetição da campanha de 1989, na qual foram inventadas conexões entre o PT e o sequestro do empresário Abílio Diniz e foram utilizados depoimentos atacando a vida pessoal de Lula. “Não há nem condições para fazer isso. Não há fato nenhum que possa levar a isso”, respondeu. Para ele, acabou o momento das baixarias na campanha. “Tenho impressão que esta semana os ataques deverão ver-se reduzidos. Porque já se mostrou que não dão resultados, o eleitorado não está preocupado com isso.”