Funcionalismo público distribui coxinha em bota-fora de Serra
Professores decidiram continuar paralisação. Nova assembleia da categoria ficou marcada para 8 de abril, na avenida Paulista
Publicado 31/03/2010 - 14h16
São Paulo – Coxinha, alface e suco artificial. Este foi o cardápio do ‘almoço de gala’ promovido por 42 entidades sindicais no ‘bota-fora’ ao governador José Serra, que nesta quarta-feira (31) deixa o cargo para poder se candidatar à Presidência da República.
Ao som da música “Comer, Comer”, do grupo Gengis Khan, professores, servidores da saúde e do Poder Judiciário, entre outros, colocaram uma mesa no vão livre do Masp, na avenida Paulista. O protesto reuniu aproximadamente 40 mil pessoas, que depois desceram à rua Consolação em direção à Secretaria de Educação, na Praça da República, no centro da cidade. Na mesa, havia dois espaços reservados ao governador Serra e ao secretário de Gestão Pública, Sidney Beraldo. Segundo a Polícia Militar três mil pessoas participaram da manifestação.
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Antes, professores fizeram nova assembleia e decidiram manter a greve iniciada no dia 8 de março. Mais cedo, o SindSaúde, que reúne profissionais que trabalham na saúde pública estadual, decidiram pela manutenção do estado de greve.
Protestos
Além das coxinhas, houve também protestos contra a Polícia Militar e contra os meios de comunicação. De acordo com os professores, há uma campanha contra a categoria para que os problemas sejam escondidos da sociedade. O manifesto estava estampado em várias camisetas usadas por manifestantes. Uma equipe de reportagem e outra operacional da Rede Globo foram vaiadas durante a manifestação. “Eles estão sendo convidados a se retirar, já que só mostram o que interessa a eles e não a verdade”, disparou uma professora durante passeata.
Antes de iniciar o protesto, o principal caminhão de som da Apeoesp foi apreendido pela Polícia Militar.
- reajuste imediato de 34,3%;
- incorporação de todas as gratificações e extensão aos aposentados, sem parcelamento;
- contra o provão dos ACTs;
- contra a avaliação de mérito;
- pela revogação das leis 1093, 1094, 1097;
- por um plano de carreira justo;
- concurso público de caráter classificatório.
Segundo a assessoria de imprensa da PM, no entanto, o caminhão da Apeoesp não foi apreendido, mas escoltado até a garagem da instituição. O tamanho do caminhão infringe, de acordo com a PM, a lei de restrição ao tráfego.
De acordo com denúncia da Apeoesp, os banheiros públicos do Metrô teriam sido fechados para dificultar a manifestação dos professores. Os camelôs também foram alvo da fiscalização durante a quinta e tiveram materiais apreendidos.
Para acompanhar a manifestação, a PM disponibilizou 300 policiais, 90 motos e 10 carros.
Os professores realizam nova assembleia no dia 8 de abril, na avenida Paulista.