Em nova fase da Operação Lesa Pátria, PF mira financiadores do 8 de Janeiro
Na fase desta quinta-feira, não houve mandados de prisão, apenas de buscas e apreensões, dos quais 19 no Paraná. Operação é “permanente”
Publicado 11/05/2023 - 11h33
São Paulo – A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (11), a 11ª fase da Operação Lesa Pátria, e cumpre, ao todo, 22 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal (STF), nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná. As informações são da própria PF em sua página na internet.
A corporação informou que “foi determinado” (por Moraes) o bloqueio de bens, ativos e valores dos investigados até o limite de R$ 40 milhões, para cobertura e ressarcimento dos danos causados ao patrimônio público.
Entre os alvos, segundo o jornal O Globo, está o empresário Adoilto Fernandes Coronel, de Maracaju (MS). É dono de uma empresa de materiais de construção e está na lista da Advocacia Geral da União (AGU) como o patrocinador de uma caravana da pequena cidade que levou 56 pessoas a Brasília no dia do ataque. Outro alvo é o empresário e produtor rural Geraldo Cesar Killer, de Bauru (SP).
De acordo com o portal Metrópoles, a maioria dos alvos é constituída de pessoas ligadas ao agronegócio no interior do Paraná. Houve flagrantes de posse irregular de armas de fogo e apreensão de dinheiro em espécie e veículos de luxo.
Na fase de hoje, não houve mandados de prisão. Da busca e apreensão, 19 são executados no Paraná. Os fatos que justificam a operação configuram os seguintes crimes:
- abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- golpe de Estado;
- dano qualificado;
- associação criminosa;
- incitação ao crime;
- destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
“As investigações continuam em curso e a Operação Lesa Pátria se torna permanente, com atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais expedidos, pessoas capturadas e foragidas”, diz a PF.
Número de réus deve chegar a 800
Na madrugada desta terça-feira (9), o STF iniciou o julgamento do quarto grupo de investigados pelos ataques golpistas realizados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no dia 8 de janeiro, em Brasília.
Primeiro a votar, o relator, Alexandre de Moraes, se manifestou a favor das acusações contra novo grupo de 250 pessoas. O número de réus pode chegar a 800. Na segunda (8), o tribunal confirmou maioria para tornar réus mais 250 pessoas, elevando o total de investigados já tornados réus a 550.