Dilma lamenta morte de Itamar e destaca “trajetória exemplar” do ex-presidente

Para o ex-presidente Lula, Itamar ajudou a construir um Brasil 'mais justo e sem pobreza'. Parlamentares vêem vazio no Congresso

A presidenta Dilma Rousseff divulgou nota oficial lamentando a morte do senador e ex-presidente Itamar Franco, que morreu na manhã deste sábado (2) em São Paulo. Segundo ela, Itamar presidiu o país em um momento crucial e deixou uma trajetória exemplar de honradez pública.

“Foi com tristeza que recebi a notícia do falecimento do senador e ex-presidente Itamar Franco. Dirigente do país em um momento crucial da nossa história recente, o presidente Itamar nos deixa uma trajetória exemplar de honradez pública. O Brasil e Minas sentirão a sua falta. Neste momento de dor, quero transmitir meus sentimentos a seus familiares e amigos”, disse a presidenta, na nota.

Segundo a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto, haverá luto oficial de sete dias e a presidenta irá ao velório de Itamar, em Juiz de Fora, ainda sem data definida. Dilma ofereceu à família de Itamar o Palácio do Planalto para a realização do velório, mas o desejo do ex-presidente era ser velado em seu estado natal, Minas Gerais. Haverá dois velórios: um em Juiz de Fora, e outro em Belo Horizonte.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também divulgou nota sobre o falecimento do senador. Nela, Lula lembra que Itamar ajudou a construir um Brasil “mais justo e sem pobreza”. A nota de Lula foi assinada em conjunto com a ex-primeira-dama Marisa Letícia.

“A contribuição de Itamar Franco foi fundamental para a construção coletiva de um país democrático, mais justo e sem pobreza. Neste momento de tristeza, prestamos solidariedade aos seus parentes e amigos”, diz o comunicado. “O senador e ex-presidente Itamar Franco foi um grande democrata, com uma vida pública dedicada ao Brasil. Mesmo nos momentos de divergência política mantivemos uma relação de profundo respeito e diálogo.”

A nota acrescenta: “Quando [Itamar] assumiu a Presidência em um momento conturbado, em 1992, teve sabedoria para dialogar com toda a sociedade brasileira e ajudou o país a entrar em uma rota positiva na política, na economia e no social”. Lula lembrou ainda que no governo Itamar foi implantado o Plano Real e o Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea). O conselho marou o engajamento do governo federal no combate à fome.

Vazio no Congresso

Lideranças parlamentares também comentaram o falecimento. O líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse que Itamar deixará um vazio não só no cenário nacional como também em Minas Gerais. Segundo ele, a perda é grande para o Brasil. “O Senado Federal e o Brasil perdem um grande político”.

Para o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), o ex-presidente foi “um exemplo” de ética política.  “Em um tempo em que a dignidade é um produto em falta na prateleira política nacional, o desaparecimento de Itamar é uma perda irreparável”, disse.

Segundo o senador do PSDB, Itamar voltou ao Senado com muita disposição e talento e deixará um “vácuo irreparável na Casa”. O presidente nacional e líder do DEM, José Agripino Maia (RN), destacou que Itamar era respeitado mesmo por aqueles que discordavam de suas opiniões.

“O Itamar era acima de tudo um homem que não convivia com a improbidade, e todos o respeitavam por suas ideias”, afirmou Agripino. “Ele será referência pelo que sempre foi de posições fortes e senso de contestação”, acrescentou ele.  

O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), lamentou a morte de Itamar, que era o vice-presidente da legenda, lembrando que ele era uma das figuras “mais respeitáveis da política brasileira”. “Um grande resistente pela democracia e contra a ditadura, um gestor público dos mais decentes e competentes”.

Com informações da Agência Brasil