8 de janeiro

CPMI do Golpe: delegado confirma que bolsonarista ia explodir bomba em Brasília

O bolsonarista chegou a dizer que “o motivo foram as palavras do presidente Bolsonaro, que sempre enfatizou a importância do armamento civil”

Reprodução TV Senado
Reprodução TV Senado
O bolsonarista George Washington de Oliveira Sousa compareceu à CPMI que investiga atos de radicais contra a democracia. Permaneceu em silêncio

São Paulo – Hoje (22) a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do dia 8 de Janeiro tentou ouvir o bolsonarista George Washington de Oliveira Sousa. Ele evocou direito de ficar em silêncio sobre fatos relevantes. A CPMI investiga a tentativa frustrada de bolsonaristas de aplicar um golpe de Estado contra a eleição democrática de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Antes do extremista, a comissão ouviu o delegado Leonardo de Castro, da Polícia Civil do Distrito Federal. Ele deu detalhes sobre as investigações.

Castro revelou que “os policiais foram a campo e chegaram a motoristas de ônibus e de um caminhão onde estava uma bomba. Receberam, então, informações de que um indivíduo havia comentado sobre bombas na Ala Sudoeste. Através das câmeras, identificaram o indivíduo. Eles aguardaram que ele saísse de seu apartamento e o abordaram. Ele, então, confessou que tinha armas e explosivos e que tinha colocado uma bomba próximo às dependências do Aeroporto”.

Mais de 1,3 milhão de pessoas passaram pelo Aeroporto de Brasília naquele mês. O local onde o bolsonarista pretendia explodir a bomba abrigava até 3 milhões de litros de combustível. A data de planejamento do atentado era véspera de Natal, dia 24 de dezembro.

De acordo com as investigações da Polícia Civil, George Washington estava disposto a tudo “na luta contra o comunismo”, nas palavras do bolsonarista radical. “O veículo que recebeu o artefato era um caminhão que teria acesso à área do Aeroporto para levar combustível”, detalhou a relatora da CPMI, Eliziane Gama (PSD-MA).

O depoimento do bolsonarista

George Washington optou pelo silêncio em relação a qualquer informação relevante. Ele pouco disse, apenas assumiu ser um empresário da GW de O Sousa. Sobre sua participação em outras sociedades, incluindo uma empresa do ramo de transporte de óleo e gás, ele não respondeu. Sua postura foi de relativa soberba. O extremista pouco demonstrava preocupação, apesar de estar preso preventivamente.

O radical teria participado ativamente de acampamentos golpistas em Brasília, de onde teria partido a articulação da tentativa de ataque terrorista. Contudo, sobre o caso, permaneceu em silêncio. Ele também não respondeu sobre supostas relações com parlamentares. Entre eles, o radical Magno Malta (PL-ES), senador bolsonarista que tem foto com o indiciado.

“Era uma bomba em um caminhão de combustível às vésperas do Natal. Ele é do Pará e veio para Brasília. O que o motivou a isso? Ele tinha um arsenal de armas. O motivo para ele ter tantas armas está no inquérito. Ele disse ‘o motivo foram as palavras do presidente Bolsonaro, que sempre enfatizou a importância do armamento civil, dizendo que povo armado não será escravizado’. Sabemos porque ele estava armado. Sabemos porque ele veio para Brasília”, comentou o deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA), que teve acesso ao relatório do inquérito policial.

Por fim, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) definiu a participação do bolsonarista neste dia. “Hoje, na CPMI, o terrorista perdeu a coragem e repetiu 32 VEZES a frase “permanecerei calado” apenas durante os questionamentos da relatora Eliziane Gama. E segue assim, sem resposta para os graves fatos que o levaram à prisão. Mas o silêncio não diminui sua culpa já comprovada.”


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