Congresso

CPMI do 8 de Janeiro está criada. Governo e oposição vão indicar nomes

Proposto pela oposição bolsonarista, colegiado pode ser trunfo governista. Trabalhos podem durar até seis meses

Reprodução/TV Senado
Reprodução/TV Senado

São Paulo – Três meses e 18 dias depois dos atos golpistas em Brasília, o presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), leu nesta quarta-feira (26) o pedido de criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar as responsabilidades pelo ataque à democracia cometido em 8 de janeiro. Com isso, a comissão está criada na prática. Falta a publicação no Diário Oficial da União. O próximo passo é a escolha do nomes.

O colegiado terá 32 componentes, 16 deputados e 16 senadores. Os trabalhos podem durar 90 dias, prorrogáveis por igual período. Ou seja, poderá durar até seis meses. Pacheco solicitou aos líderes partidários que indiquem os integrantes da comissão.

A proposta de criação de uma comissão mista partiu da oposição. A “tese” era de que o próprio governo facilitou as ações. Isso diante dos ataques de bolsonaristas, apoiadores do ex-presidente, que invadiram e depredaram os prédios do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF). Vários deles foram presos e denunciados – alguns, inclusive, já se tornaram réus.

A princípio, o governo não queria a instalação da CPMI do 8 de Janeiro. Mas passou a defendê-la, para mostrar, segundo seus representantes, de onde partiram as orientações para atacar os poderes da República. Isso fez os próprios bolsonaristas passarem a se preocupar com os efeitos da comissão.

Leia também: