Congresso Nacional

Senado convoca Fábio Wajngarten, chefe da Comunicação de Bolsonaro

Secretário é obrigado a esclarecer por que sua empresa recebe dinheiro de empresas que mantêm contratos com a Secom

Marcelo Camargo/ABr
Marcelo Camargo/ABr
Fabio Wajngarten disse em entrevista que procurou a Pfizer para proteger Bolsonaro de ataques

São Paulo – O secretário de Comunicação Social da Presidência, Fábio Wajngarten, foi convocado pela Comissão de Fiscalização e Controle do Senado para prestar informações sobre conflito de interesses entre a empresa da qual é sócio, a FW Comunicação e Marketing, e sua posição no governo. A empresa é paga por agências e emissoras que têm contratos com a própria Secom. A convocação pelo Senado – a partir de requerimento do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) – significa que ele é obrigado a comparecer.

No final de janeiro, o Ministério Público Federal (MPF) solicitou à Polícia Federal a abertura de inquérito criminal para investigar o secretário por crime de corrupção e peculato. Wajngarten é ainda objeto de processo do Tribunal de Contas da União, sob suspeita de favorecer, com verbas públicas, emissoras alinhadas politicamente ao governo. São os casos de SBT, Record e Band, clientes da empresa do secretário.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, que revelou as irregularidades, ao ser nomeado para a pasta Wajngarten omitiu da Comissão de Ética Pública da Presidência informações sobre as atividades de sua empresa e os contratos mantidos com as emissoras de TV e agências de propaganda. A comissão do Planalto arquivou o caso.

No início do mês passado, a Polícia Federal abriu inquérito para investigar as denúncias. Na ocasião, o presidente Jair Bolsonaro saiu em defesa do seu subordinado, dizendo que “não foi a PF que abriu (o inquérito)”, mas o Ministério Público. “Dá a entender que ele é um criminoso. Não é criminoso, eu não vi nada que atente contra ele”, afirmou Bolsonaro a jornalistas.

“Vamos questionar, aqui na Comissão de Transparência do Senado, por que o secretário de Comunicação de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, recebe dinheiro de empresas que mantêm contratos com a secretaria dele”, escreveu o senador Humberto Costa (PT-PE) no Twitter.