Como esperado

Bolsonaro ignora ordem de Moraes e falta a depoimento na Polícia Federal

Presidente deveria depor sobre vazamento de documentos sigilosos de uma investigação da Polícia Federal sobre ataque hacker ao TSE

Antonio Cruz/Agência Brasil
Antonio Cruz/Agência Brasil
Presidente deveria depor sobre vazamento de documentos sigilosos de uma investigação da Polícia Federal sobre ataque hacker ao TSE

São Paulo – Como era previsto, Jair Bolsonaro ignorou a ordem  do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e não compareceu ao depoimento marcado para ele prestar na Polícia Federal, nesta sexta-feira (28). A posição da Advocacia-Geral da União (AGU) e do ministro da Justiça, Anderson Torres, é de que o chefe do governo não é obrigado a comparecer por ser investigado no inquérito.

Bolsonaro deveria depor sobre vazamento de documentos sigilosos de uma investigação da PF sobre ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O presidente tinha que esclarecer como teve acesso a uma investigação sigilosa da PF. Bolsonaro teria acessado os dados sobre o ataque ao sistema do TSE porque o deputado Filipe Barros (PSL-PR), relator da PEC do voto impresso, teria pedido, e obtido, esse privilégio ao delegado Victor Feitosa Campo, da superintendência da PF.

Agora, o plenário do STF deve julgar recurso da AGU, com o alegação de que, na condição de investigado no inquérito, Bolsonaro não é obrigado a comparecer. O advogado-geral da União, Bruno Bianco, foi à PF no lugar de Bolsonaro.

O chefe do Executivo afirmou, segundo a jornalista Bela Megale, do jornal O Globo, que é perseguido por Alexandre de Moraes. O ministro lhe dá “tratamento que nunca deu nem a traficante de drogas”. Também afirmou que Moraes quer “botar fogo no Brasil e depois colocar a culpa em mim”.

Desculpas

Os ataques de Bolsonaro ao STF, e particularmente a Moraes, chegaram ao auge nas “comemorações” do 7 de setembro, quando o presidente desferiu uma série de ofensas ao ministro e prometeu que não cumpriria mais decisões dele. Dois dias depois, diante da enorme repercussão negativa, e vendo que o golpe que pretendia falhou, recuou.

Em nota divulgada na tarde do dia 9, escrita, na verdade, por Michel Temer, Bolsonaro praticamente pediu desculpas a Moraes e disse que  nunca teve “intenção de agredir quaisquer dos Poderes”. Chegou a mencionar as “qualidades como jurista e professor” de Moraes e em tom ameno declaro que “existem naturais divergências em algumas decisões” do ministro.


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