Defesa da democracia

Bancários cobram punição a terroristas golpistas, financiadores e autoridades coniventes

Sindicato dos Bancários de SP e Contraf-CUT dizem que vandalismo bolsonarista é atentado contra a democracia e convocam trabalhadores à irem às ruas nesta segunda

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Horda bolsonarista vandalizou o Palácio do Planalto, o Congresso e o STF, com a conivência das forças de segurança do DF

São Paulo – Na esteira da reação da sociedade civil aos atos terroristas perpetrados por bolsonaristas contra os três poderes de República, ontem (8), entidades representativas dos trabalhadores do setor financeiro também se pronunciaram. Em nota, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região exige que os responsáveis e seus financiadores sejam identificados e punidos, no “rigor da lei”. Além disso, a categoria cobra punição às autoridades do Distrito Federal, que foram “coniventes” com os ataques golpistas.

Os trabalhadores bancários classificam as cenas de vandalismo registradas ontem como “atos contra a democracia”. Ao mesmo tempo, lembram que o desrespeito às instituições democráticas vem se agravando nos últimos anos.

Do mesmo modo, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) afirma que os “atos terroristas” deste domingo são “intoleráveis”. A entidade também cobra punição aos envolvidos. “Todos devem ser exemplarmente punidos no rigor da Lei, não apenas como vândalos, ou radicais de extrema direita, mas como terroristas, como golpistas”, diz a nota da entidade.

“Mais do que tentar derrubar o governo legitimamente eleito, eles atentam contra todas as instituições que representam o Estado Democrático de Direito em nosso país”. Assim, a Contraf-CUT alega que, ao invadirem e depredarem o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e a Suprema Corte, os “terroristas” tentaram forçar a intervenção das Forças Armadas com o objetivo de impedir o cumprimento do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eleito democraticamente.

A intenção golpista é a mesma dos bolsonaristas que bloquearam rodovias após o resultado das eleições. Eles também acamparam nas portas do quarteis, estimulando os militares a darem um golpe no país.

Reação

Assim, os bancários dizem que o avanço da ameaça fascista exige uma resposta dos movimentos sindicais e sociais e dos partidos que compõem o campo democrático. “Não nos silenciaremos diante da barbárie e do terrorismo”. Da mesma forma, seguindo os chamados das centrais sindicais e das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, a Contraf-CUT convocou as entidades sindicais e os trabalhadores do ramo financeiro a ocupar as ruas para defender a democracia e seus direitos.

Assim, em diversas capitais e cidades do país, manifestantes saem às ruas nesta segunda (9), em repúdio às ações terroristas dos bolsonaristas. A defesa do Brasil e da democracia, além da cobrança de punição aos envolvidos devem pautar os atos ao longo da tarde de hoje.

Ainda ontem, o presidente Lula decretou intervenção federal na Segurança Pública do Distrito Federal. Para o cargo de interventor, ele nomeou o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, com o objetivo de restabelecer a ordem na capital federal e prender os envolvidos nos atos golpistas.

Durante a madrugada, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a desocupação e dissolução total, em 24 horas, dos acampamentos nas imediações dos quartéis-generais e outras unidades militares e prisão em flagrante de seus participantes. Além disso, ele determinou o afastamento por 90 dias do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha. Tanto o governador, como o seu então secretário de Segurança Pública, Anderson Torres – ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro – se omitiram em relação às ameaças representadas pelos terroristas, que durante os últimos dias deram seguidos sinais e declarações de que articulavam ações golpistas contra os poderes.


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