Aversão de Serra a ‘imprensa incômoda’ revela apreço por democracia anacrônica

Editor da RBA comenta destempero do candidato e de seu partido no Observatório da Imprensa

São Paulo – A agressão verbal promovida por José Serra, candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, contra um repórter no exercício da profissão traz à tona, mais uma vez e com contornos bem definidos, o pensamento de uma das vozes mais conhecidas da política brasileira sobre os limites da democracia. Ao chamar de “sem-vergonha” o repórter da Rede Brasil Atual, o tucano sintetiza a noção de um segmento da classe política brasileira que acredita que o regime democrático é bom apenas até o ponto em que a liberdade de imprensa está sob controle.

Serra e a classe política que representa não têm muitas opções: ou se adaptam aos ventos novidadeiros que sopram, aceitando todas as perguntas, inclusive as incômodas, ou se transformam em representantes de uma democracia anacrônica, capenga, incompleta. “Sem-vergonha”, como ele gosta de classificar o repórter. 

Leio texto completo – A democracia sem-vergonha – de João Peres