Mandato em risco

Ato suprapartidário defende mandato do deputado federal Jean Wyllys

Parlamentar pode ser suspenso por 120 dias em consequência da cusparada em Jair Bolsonaro (PSC-RJ) durante a votação do impeachment. Medida só foi aplicada uma única vez até hoje

Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Jean Wyllys afirma que suspensão do mandato será um escândalo para o parlamento do país

São Paulo – Um ato suprapartidário em apoio ao mandato do deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) será realizado hoje (6), no Rio de Janeiro, com a presença de artistas, dirigentes e militantes de movimentos sociais, estudantes, ativistas dos movimentos LGBT, negro, feminista e lideranças políticas. O encontro, às 18h, no Clube Municipal da Tijuca, zona norte carioca, ocorre no momento em que Wyllys  enfrenta processo no Conselho de Ética da Câmara  por ter cuspido no deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) na sessão do impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, em 17 de abril do ano passado.

O processo no Conselho de Ética teve origem numa representação do ator Alexandre Frota e do pastor Ezequiel Teixeira – que já declarou que a homossexualidade é uma “doença”. Em nota, a assessoria de Jean Wyllys afirma que a suspensão do mandato do parlamentar “seria um escândalo sem precedentes na história do parlamento brasileiro”.

Relator do processo no Conselho de Ética, Ricardo Izar (PP-SP) sugeriu, em dezembro, a suspensão do mandato de Jean Wyllys por 120 dias. Desde a Constituinte de 1988, a medida só foi adotada uma única vez até hoje, em 2013, contra o deputado tucano Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), acusado de manter relações suspeitas com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, condenado por peculato, corrupção, violação de sigilo e formação de quadrilha. A pena imposta, entretanto, foi de 90 dias.