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Alvo de espionagem dos EUA, Dilma convoca ministros para reunião de emergência

Documentos desclassificados por Edward Snowden, e publicados pelo Fantástico, da Globo, apontam que Washington monitorou comunicações da presidenta com seus assessores

Roosewelt Pinheiro/ABr

O embaixador dos EUA conversou com o chanceler Figueiredo Machado após as denúncias

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff convocou ministros, na manhã de hoje (2), para duas reuniões de emergência no Palácio do Planalto a fim de tratar das novas denúncias de espionagem dos Estados Unidos sobre ela e assessores diretos, divulgadas ontem (1º) pelo programa Fantástico, da TV Globo. O governo ainda não se pronunciou oficialmente sobre o tema.

De acordo com informações da Agência Brasil, a primeira reunião começou por volta das 10h e teve a presença dos ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, do Gabinete de Segurança Institucional, general José Elito, e da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. A segunda, logo em seguida, teve, além de Cardozo, os ministros das Comunicações, Paulo Bernardo, da Defesa, Celso Amorim, e das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado. Os encontros terminaram antes do meio-dia.

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Agora existe a expectativa de que a própria presidenta ou alguns de seus ministros se pronunciem sobre o assunto. Não é a primeira vez nesse ano que aparecem denúncias de que o Brasil tem sido alvo de espionagem dos Estados Unidos. Em junho, o jornalista Glenn Greenwald, que trabalha em cooperação com o ex-consultor da Agência de Segurança Nacional (NSA) norte-americana, Edward Snowden, divulgou indícios de que cidadãos, instituições e empresas brasileiras são monitorados por Washington. O país usaria as informações, entre outros objetivos, para obter vantagens comerciais.

Na manhã de hoje, o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, foi ao Itamaraty prestar esclarecimentos ao chanceler Figueiredo Machado. Depois da reunião, Shannon saiu sem falar com a imprensa e o ministro das Relações Exteriores se encaminhou para a reunião com Dilma e outros ministros. Quando das primeiras denúncias, Shannon também se explicou às autoridades brasileiras. E recebeu elogios de ministros pela colaboração. O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, comprou a versão do embaixador e, na ocasião, deu declarações de que os Estados Unidos não interceptaram dados.