São Paulo – O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, determinou na noite de ontem (14) a análise do ataque do deputado estadual bolsonarista Douglas Garcia (Republicanos) à jornalista Vera Magalhães pela procuradoria-regional eleitoral de São Paulo. O novo episódio de misoginia e violência contra mulher ocorreu ao final do debate da TV Cultura na terça-feira (13), entre candidatos ao governo de São Paulo.

“Considerada a gravidade do ocorrido, determino o encaminhamento do referido link da matéria ao excelentíssimo senhor vice-procurador-geral Eleitoral para que possa dar o devido encaminhamento ao procurador-regional Eleitoral de São Paulo, com o objetivo de serem analisadas eventuais providências que entender necessárias”, escreveu Moraes, ao enviar link de reportagem sobre a agressão.

Ao final do debate entre os candidatos a governador de São Paulo, o deputado bolsonarista aproximou-se da jornalista e começou a filmá-la. Em seguida passou a ofendê-la com termos usados por Bolsonaro em 28 de agosto, quando o chefe de governo afirmou que ela “é vergonha para o jornalismo brasileiro”.

Enquanto Douglas Garcia filmava e ofendia a jornalista, o diretor de Jornalismo da TV Cultura, Leão Serva, interveio, arrancou o celular da mão de deputado e arremessou o aparelho para longe.

Investigação criminal

Na tarde de quarta-feira, segundo o g1, o procurador-geral da Justiça de São Paulo, Mario Luiz Sarrubbo, instaurou investigação criminal contra o deputado estadual, que tem histórico de ameaças à democracia e pessoas. Por ter direito a foro privilegiado por prerrogativa de função, o parlamentar só pode ser processado criminalmente pelo procurador-geral. Douglas Garcia é alvo de pedido de cassação e investigação na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). O Conselho de Ética da Casa irá apurar a conduta do parlamentar. A Alesp já recebeu seis pedidos de cassação contra Garcia.

Em artigo publicado nesta quinta-feira (15) no jornal O Globo, a jornalista Míriam Leitão afirma que o episódio contra Vera Magalhães faz parte de um “método” adotado pelo bolsonarismo e seu chefe, Jair Bolsonaro.

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