Fuga em Mossoró

Trezentos policiais estão mobilizados para recapturar os presos, diz Lewandowski

Ministro da Justiça detalhou as buscas dos dois fugitivos e anunciou medidas de reforço na segurança dos presídios federais, com a construção de muralhas e sistema de reconhecimento facial

Reprodução/Youtube
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Obra na unidade de Mossoró teria contribuído para a fuga dos presos, diz ministro

São Paulo – O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta quinta-feira (15) que todas as providências estão senda tomadas para recapturar os dois presos que fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, na madrugada de ontem. Ao todo, 300 agentes da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e das polícias Civil e militar do estado estão participando do esforço de captura.

Neste momento, as buscas se concentram num perímetro de 15 quilômetros de mata entre o presídio e o centro de Mossoró. E também contam com o apoio de três helicópteros e drones.

“Imaginamos que eles estejam homiziados (escondidos) ainda naquela região. Pelas câmeras, não identificamos nenhum veículo que os tenha buscado quando transpuseram as grades do presídio. Também não temos nenhuma notícia de furto ou roubo de veículos na região”, disse o ministro.

Por outro lado, ele disse que recebeu notícias de uma invasão de uma residência rural na região, com ocorrência de furto de roupas e alimentos. Para o ministro, são sinais de que os dois fugitivos estão buscando meios de sobrevivência durante a fuga.

Obras na unidade teriam facilitado a fuga

Para Lewandowski, a fuga aconteceu em função de uma “série de eventos fortuitos”. Ele disse que uma obra que ocorre atualmente nas instalações do presídio pode ter contribuído para a evasão dos detentos, a primeira registrada no sistema penitenciário federal. Apesar disso, afirmou que “todos que os presídios federais são absolutamente seguros e todos podem continuar confiando neste sistema”. 

‘Política não ingressa nos presídios’

Por outro lado, o ministro descartou que disputas políticas também possam ter contribuído para o episódio. “Descartamos completamente esta hipótese. A política não ingressa nos presídios federais, e também não ingressa no ministério, no que diz respeito às questões técnicas”.

Além disso, o ministro destacou os esforços para apurar eventuais responsabilidades, tanto no âmbito administrativo, como no âmbito criminal, pela fuga dos dois detentos. Trata-se de um inquérito que apura possíveis falhas disciplinares e administrativas que tenham contribuído para a fuga. E o outro, um inquérito criminal, que investiga se houve facilitação.

Nesse sentido, ainda ontem o ministro determinou o afastamento de toda a direção da penitenciária de Mossoró e nomeou um interventor. E repisou as medidas que o ministério adotou anteriormente, como a mobilização das tropas da PF e da PRF e o envio do secretário Nacional de Políticas Penais, André Garcia, à região. Ao mesmo tempo, os nomes dos fugitivos já constam no Sistema de Difusão Vermelha da Interpol.

Muralhas e outras medidas

Para reforçar a segurança dos cinco presídios federais, Lewandowski anunciou ainda outra série de medidas, como a modernização do sistema de videomonitoramento e o aperfeiçoamento dos controle de acesso às unidades, inclusive com um sistema de reconhecimento facial. As unidades vão contar ainda com a ampliação dos sistema de alarmes e sensores de presença e com o reforço de mais 80 policiais penais federais que serão nomeados.

Por fim, o ministro anunciou ainda a construção de muralhas na penitenciárias federais, assim como já existe na unidade do Distrito Federal. As demais contam apenas muros, cercas e alambrados. “Quero dizer que desde as primeiras horas do acontecimento, estamos ativos, estamos atuando, e empregando todos os nossos recursos materiais e humanos para recapturar os fugitivos e apurar as responsabilidades do ocorrido. E mais do que isso, prevenir a repetição de um episódio como esse”, afirmou.


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