São Paulo – O ministro da Economia, Paulo Guedes criticou integrantes do governo, nesta terça-feira (27), e chamou de “burro” o ministro de Ciência e Tecnologia Marcos Pontes, sem citar seu nome, mas referindo-se a ele como “astronauta”. As informações foram publicadas pela Folha de S.Paulo.

As declarações teriam ocorrido em um encontro com integrantes da comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados, que pediram uma reunião com o ministro da Economia para discutir o retorno de R$ 600 milhões ao orçamento do Ministério da Ciência. Guedes disse o problema do Brasil não é a falta de dinheiro, e sim a ausência de gestão, chamando colegas do próprio governo de “incompetentes”.

A coluna Painel diz ainda que Guedes questionou: “Às vezes eu mesmo me pergunto o que estou fazendo aqui”. O ministro da Economia também deu a entender que Pontes ‘vive no espaço’ e não entende nada de gestão.

As ofensas são motivadas pela reclamação de Marcos Pontes, sobre o corte nos valores da pasta que chegam a R$ 600 milhões. O ministro da Ciência Tecnologia disse, no dia 10, que a retirada de verbas é “falta de consideração” e prejudica a execução de estudos no Brasil.

Cortes e repercussão

Após a ventilação de sua possível saída, Paulo Guedes informou, na semana passada, que continua à frente da pasta da Economia. Ele se encontrou com Jair Bolsonaro no próprio ministério, e o presidente disse ter “confiança absoluta” no subordinado. O ministro está pressionado pelo desempenho da economia do país.

As falas de Paulo Guedes relatadas pelo jornal foram criticadas nas redes sociais. O educador Daniel Cara, da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, chamou o ministro de “covarde”.

“Paulo Guedes não ataca a Ciência, Tecnologia e Inovação ao ofender Marcos Pontes. O astronauta não representa a área. Submisso e oportunista, nunca lutou por orçamento. O caso, em si, só demonstra a falta de caráter de Guedes: acuado, ofendeu covardemente um colega”, tuitou Daniel.

A deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) também comentou o caso. “Estaria Guedes fazendo uma projeção? Os adjetivos servem pra ele mesmo, pra Bolsonaro e pra qualquer pessoa que aceite fazer parte deste desgoverno que, num todo, é burro e incompetente”, disse nas redes sociais.