Investigação

CPI da Covid ouve cliente e ex-médico da Prevent Senior nesta quinta. Assista

Comissão realiza sua 64ª e última reunião para colher depoimentos. Relatório final com pedidos de indiciamentos deve ser apresentado em 19 de outubro

Divulgação
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Procedimentos irregulares da Prevent Senior foram expostos por ex-funcionários, pacientes e familiares à CPI

São Paulo – A CPI da Covid vai colher dois depoimentos nesta quinta-feira (7). O primeiro a ser ouvido será Tadeu Frederico Andrade, cliente da Prevent Senior. A seguir, será a vez de Walter Correa de Souza Netto, ex-médico da empresa operadora de planos de saúde. O pedido para ouvir ambos, na condição de testemunhas, partiu do senador Humberto Costa (PT-PE). 

O cliente e o ex-médico da Prevent Senior serão as duas últimas pessoas a serem ouvidas pela comissão parlamentar de inquérito, que fará sua 64ª reunião nesta quinta-feira. A semana do feriado de 12 de outubro deve ser usada pelo relator, Renan Calheiros (MDB-AL), para concluir seu relatório. O senador já avisou que deve apresentar o documento no dia 19 de outubro, para ser votado no dia seguinte. 

Acompanhe os depoimentos

Em seu requerimento para os depoimentos de hoje, o senador Humberto Costa relata que Tadeu Frederico de Andrade contou ter sido infectado pela covid-19 no Natal e, por telemedicina na Prevent Senior, foi-lhe receitado o “kit covid”. Seguindo a prescrição, Andrade tomou a medicação, mas seu quadro clínico se agravou, necessitando de internação em unidade de tratamento intensivo (UTI).

Após um mês na UTI, a equipe da Prevent Senior, segundo alegado pelo beneficiário, queria tirá-lo da internação para economizar custos, colocando-o sob cuidados paliativos. A família se recusou a aceitar tal mudança terapêutica. Por fim, Andrade se recuperou, mas denunciou a Prevent Senior à comissão parlamentar de inquérito e ao Ministério Público de São Paulo.

Autonomia médica

No depoimento do médico Walter Correa de Souza Neto, os senadores vão procurar saber se havia cerceamento da autonomia médica e profissional do corpo clínico da Prevent Senior e se realmente havia distribuição indiscriminada do chamado kit covid. Também devem questionar se havia aplicação de terapêuticas para tratamento não autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou aprovadas pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).

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Conforme Humberto Costa, será necessário também esclarecer se ocorreu fraude em estudo clínico conduzido pela Prevent Senior sobre a segurança e eficácia do uso de hidroxicloroquina em associação com azitromicina em pacientes leves e se houve inadequação do encaminhamento de pacientes para cuidados paliativos. 

Com informações da Agência Senado