DIFUSÃO CRIMINOSA

Prevent Senior e blogueiros bolsonaristas tinham canal de comunicação direto

Grupo no WhatsApp servia para repassar informações aos apoiadores de Bolsonaro sobre o ‘kit covid’

DIVULGAÇÃO/PREVENT SENIOR
DIVULGAÇÃO/PREVENT SENIOR
Prevent Senior é investigada pela CPI da Covid por obrigar profissionais a receitar medicamentos contra covid-19 mesmo sem eficácia

São Paulo – Funcionários da Prevent Senior e blogueiros bolsonaristas tinham um canal de comunicação direto, por meio de grupo de WhatsApp. A informação é da CNN, após acesso às quebras de sigilos telemáticos, ordenadas pela CPI da Covid. Entre os nomes presentes nas conversas estava Allan dos Santos, youtuber apoiador do presidente Jair Bolsonaro.

Segundo a CNN, as mensagens obtidas pelos senadores mostram, através do grupo, que a Prevent Senior repassava informações aos blogueiros bolsonaristas sobre o “kit covid” – que inclui medicamentos sem eficácia contra covid-19. A partir desse canal, os simpatizantes de Bolsonaro divulgavam notícias sobre o chamado “tratamento precoce”.

Além de Allan dos Santos, participava do grupo o empresário Patrick Folena, um dos líderes do grupo Avança Brasil. Inclusive, em uma das mensagens, enviada no dia 6 de abril de 2020, ele afirma que o empresário Carlos Wizard, integrante do “gabinete paralelo”, iria distribuir gratuitamente o medicamento.

Prevent Senior

A Prevent Senior é investigada pela CPI da Covid por obrigar profissionais a receitar medicamentos contra covid-19 mesmo sem eficácia e com riscos colaterais. Em depoimento à CPI da Covid, no último dia 18, a advogada Bruna Morato, que representa médicos que denunciaram a operadora, afirmou que a Prevent Senior não respeitou a autonomia médica.

A operadora de saúde também é investigada por fraudar prontuários de pacientes que morreram de covid-19 e receberam o chamado “kit covid”. De acordo com a denúncia dos médicos, pacientes foram cobaias de um estudo sem autorização para testar a eficiência dos medicamentos. Alguns morreram e a razão verdadeira do óbito não foi divulgada.

A denúncia dos médicos também afirma que a operadora não tinha a quantidade de leitos necessários para atender os pacientes infectados pelo novo coronavírus e adotou o chamado tratamento precoce para enfrentar essa deficiência.