'Nunca aceitou a derrota'

Dilma diz que Aécio tenta ‘lavagem biográfica’ diante de ‘golpismo irresponsável’

Para ex-presidenta, atos do tucano “condenaram o Brasil ao desastre, ao produzir o governo nefasto de Temer, levando direto a Bolsonaro e à atual catástrofe de pobreza, fome, doença e mortes”

Ricardo Stuckert
Ricardo Stuckert
"Aécio nunca aceitou de fato a derrota", disse Dilma

São Paulo – A ex-presidenta Dilma Rousseff rebateu uma entrevista concedida ao site Congresso em Foco pelo deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), candidato derrotado à presidência da República em 2014. Segundo ela, o tucano busca fazer uma “lavagem biográfica” ao dizer que aceitou a derrota eleitoral naquela ocasião.

Na entrevista, Aécio diz que reconheceu o resultado das eleições “meia hora depois do resultado oficial”. O hoje parlamentar afirma ter ligado para a presidenta desejando a Dilma “sucesso no desafio de unificar o país”. “Lamentavelmente, ela não entendeu nada disso, sequer cumpriu uma liturgia histórica desses momentos que é comunicar o recebimento já dos cumprimentos, o que finaliza do ponto de vista político a disputa.”

“Não é verdade e os fatos estão aí, registrados na mídia e na história para provar”, disse Dilma em nota. “Aécio nunca aceitou de fato a derrota. Chegou a comemorar a vitória antes da hora e, inconformado com o resultado, mandou o seu partido, o PSDB, entrar com uma ação no TSE pedindo a recontagem dos votos. Foi derrotado de novo.”

Dilma lembrou ainda que o PSDB protocolou, em 18 de dezembro de 2014, outro pedido no Tribunal Superior Eleitoral, desta vez para cassar o registro de sua candidatura. “Em seguida, determinou que o PSDB entrasse com outro recurso no TSE, para impugnar a minha diplomação como presidenta eleita. Foi derrotado mais uma vez. E então partiu para o golpe”, afirmou.

A ex-presidenta ressaltou ainda que o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) afirmou que entre os erros cometidos pelo seu partido está o questionamento do resultado eleitoral das eleições presidenciais de 2014. Por conta disso, segundo Dilma, Aécio precisaria combinar com os próprios companheiros de partido para “limpar sua biografia”.

“Sua tentativa de ‘lavagem’ biográfica está, em definitivo, condenada ao fracasso, diante da montanha de evidências e fatos reveladores de seu golpismo irresponsável e leviano. Seus atos condenaram o Brasil ao desastre, ao produzir o governo nefasto de Temer, levando direto a Bolsonaro e à atual catástrofe de pobreza, fome, doença e mortes. Os democratas não podem deixar que a irresponsabilidade de Aécio Neves resulte em novas consequências catastróficas para o Brasil”, apontou Dilma.