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‘Não sabemos o quanto Marina seria pior que Aécio’, diz Vagner Freitas

Para presidente da CUT, consequências de governos tucanos para os trabalhadores já foram testadas. E ligações com mercado financeiro fazem de candidata do PSB tão ou mais preocupante

CUT Nacional

Vagner Freitas, presidente nacional da CUT, avalia riscos aos direitos dos trabalhadores das candidaturas

São Paulo – O presidente da CUT, Vagner Freitas, disse ontem (24) à RBA, após a apresentação do resultado do Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político, que uma eventual vitória da candidata do PSB à presidência da República, Marina Silva, seria preocupante: “Aécio seria ruim. A Marina não sabemos o quanto poderia ser pior que Aécio”, afirmou.

Para Freitas, a ligação do programa da candidata com interesses do mercado financeiro é mais preocupante do que sua proximidade com Neca Setúbal, dona do Itaú. O sindicalista tampouco poupa críticas ao tucano Aécio. “É o PSDB que vem propor para o Brasil as mesmas medidas adotadas na Europa e nos Estados Unidos em relação à crise econômica, o que faz com que esses países tenham uma crise com desemprego e desesperança.”

Como você vê os interesses dos trabalhadores diante das eventuais vitórias de Dilma Rousseff, Aécio Neves ou Marina Silva?

Vivi os governos Lula, Dilma e Fernando Henrique. Vivemos os governos Serra e Alckmin em São Paulo, conheço os governos Aécio e Anastasia em Minas, Beto Richa no Paraná. O PSDB tem medidas impopulares contra os trabalhadores em qualquer esfera. Em qualquer governo em que estejam não tem diálogo com movimento social, fazem enfrentamento com a polícia, coação ao sindicato, e não têm na esfera federal propostas que interessem à classe trabalhadora. São o PSDB e seus pensadores econômicos.

O Armínio Fraga (anunciado por Aécio com ministro da Fazenda de seu eventual governo) afirmou que o salário mínimo está alto…

Armínio Fraga e outros tantos, que vêm a público dizer que não tem de continuar a política de valorização do salário mínimo, porque isso, segundo eles, causa inflação. É o PSDB que vem propor para o Brasil as mesmas medidas adotadas na Europa, nos Estados Unidos em relação à crise econômica, que faz com que esses países tenham uma crise com desemprego e desesperança. No Brasil, com todos os problemas que se pode enfrentar com a crise internacional, houve criação de empregos, o que é diferente do que acontece no mundo.

O que diferencia Aécio de Marina do ponto de vista das bandeiras trabalhistas?

Em relação aos programas de Aécio e Marina, a grande diferença é que sabemos que Aécio vai ser ruim. A Marina não sabemos o quanto poderia ser pior. O único projeto que interessa à classe trabalhadora nesse momento é representado pela presidenta Dilma. Todas as críticas que faço à Marina são em função de coisas que ela diz e do que está escrito no programa dela. Ela diz que é importante ter terceirização. É o (ambientalista João Paulo) Capobianco que fala em flexibilizar as leis trabalhistas e a CLT. Ela é defendida pelos bancos e os banqueiros e nós sabemos o que eles pensam para a sociedade. Marina é acompanhada da sociedade rentista, não da sociedade produtiva, não do empresariado produtivo que gera emprego. É um empresariado rentista, que vive pura e simplesmente da especulação financeira. Seria retrocesso grande para o Brasil.

Mais que Aécio?

Eu acho que pode ser.