São Paulo – “Alguém aí fala para a Polícia Federal que eu também recebi um dinheirinho da Petrobras”, afirma a internauta em uma das páginas no Facebook que celebra a cultura LGBT. A afirmação faz referência ao delegado da PF Lucas Valença, que escoltou o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso ontem (19) na Operação Lava Jato, e levado de Brasília para Curitiba. “Pode fazer busca e apreensão na gente”, diz outro internauta.

A imagem do delegado rapidamente viralizou nas redes sociais e mexeu com o imaginário popular. O internautas descobriram também sua conta no Instagram e compartilharam as fotos do delegado que foi apelidado de “lenhador da federal”. A conta no Instagram passou a ser seguida por 20 mil internautas em menos de 24 horas, informou o jornal carioca Extra.

Lucas Valença é mais um dos agentes tucanos que dominam o cenário da Polícia Federal. Em 2014, com a eleição de Dilma Rousseff para o segundo mandato, ele se manifestou contra o resultado e colocou em dúvida a confiabilidade do sistema eleitoral. “Eu prefiro crer que a manipulação das urnas foi responsável por esse lastimável resultado”, afirmou à época.

Mas houve também internautas que se manifestaram contra o furor em torno do delegado e colocam sob questão suas preferências partidárias, que por si só desqualificam participar de uma operação dessas, que exige seriedade e isenção. Para piorar, Valença ainda critica que Dilma às vezes dê sinais de gagueira, adquirida sob tortura, nos anos 1970. “Não consigo sinceramente acreditar que o povo brasileiro reelegeu a presidente Dilma! Por mais que certa parte da população tenha votado nela, a despeito de seu despreparo, gagueira, insegurança, apoio de uma massa de corruptos…”