No Rio

Lula pede ao país para não permitir que ‘insanidade prevaleça’

Para ex-presidente, Eduardo Cunha, tomou a decisão de 'não se preocupar com o Brasil' ao acolher o pedido de impeachment contra Dilma

Ricardo Stuckert/ Instituto Lula

Lula: “Dilma faz esforço incomensurável para aprovar os ajustes pra ver se consegue fazer a economia crescer”

São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (3), no Rio de Janeiro, estar “indignado com o que estão fazendo com o país”. Em entrevista no Palácio da Guanabara ao lado do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), ele criticou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por aceitar o pedido de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff.

Lula conclamou as pessoas comprometidas com os interesses do país “a não permitirem que a insanidade prevaleça”.

“Tem muitos deputados querendo contribuir. Mas o presidente da Câmara, me parece, tomou a decisão de não se preocupar com o Brasil. Parece que a prioridade dele é se preocupar com ele, quando este país de 200 milhões de habitantes é mais importante do que qualquer um individualmente”, disse. Segundo ele, Dilma vem fazendo “um esforço incomensurável para aprovar os ajustes pra ver se a gente consegue fazer a economia crescer”.

Lula dirigiu-se à oposição e disse que ela ainda não se conformou com o resultado da eleição de 2014. “Aqueles que quiseram fazer o terceiro turno da eleição, cassando a presidenta Dilma na Justiça Eleitoral, agora acharam a possibilidade do terceiro turno com o impeachment, que não tem nenhuma sustentação legal a não ser uma demonstração de raiva, de ódio.”

O ex-presidente disse que a conjuntura é “inexplicável”, principalmente porque o país dava mostras de que caminhava para sair da crise. “Parecia que o país estava andando para a normalidade, e no dia que a presidenta aprova as novas bases para o orçamento ela recebe como prêmio um gesto de insanidade.”