Seminário de mulheres da CUT-SP vê cotas como forma de redução de desigualdades

São Paulo – “As mulheres são metade da população e ainda estão sub-representadas na política”, diz a presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, […]

São Paulo – “As mulheres são metade da população e ainda estão sub-representadas na política”, diz a presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira. Essa realidade, segundo ela, exige políticas afirmativas por parte do poder público e pressão da sociedade. A entidade sediou na manhã de hoje (3) o Seminário Estadual da Mulher Trabalhadora, promovido pela CUT de São Paulo.

Juvandia comemorou o fato de as mulheres preencherem 30% dos cargos de direção na Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) – cujo congresso foi realizado no último final de semana – e ressaltou que a política de cotas contribui para que se busque maior equilíbrio nos espaços de decisão. “No próximo congresso tem de ter 40% de cotas para construir a próxima diretoria e é de extrema importância para incentivar a vinda das mulheres e garantir seu espaço.”

A secretária da Mulher da CUT-SP, Sonia Auxiliadora, lembrou que a eleição de Dilma Rousseff foi uma importante referência para a sociedade: “Ficou demonstrado que é possível um operário (referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva) chegar à Presidência e desenvolver mudanças significativas, assim como uma mulher pode chegar ao mesmo lugar e mostrar um excelente trabalho.”

Desigualdade

A socióloga Adriana Marcolino, da subseção do Dieese da CUT nacional, apresentou dados sobre a desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho brasileiro. Segundo o Censo do IBGE de 2010, as mulheres representam praticamente metade da população do país, 51%. No mercado de trabalho, elas sofrem com salários menores em todas as regiões, ocupam mais vagas no trabalho informal – na região Norte, 67% das trabalhadoras estão na informalidade – e esperam mais tempo para se recolocar no mercado de trabalho.

Segundo a socióloga, no trabalho formal os homens possuem jornadas maiores, no entanto, as mulheres trabalham 22 horas por semana em casa, enquanto eles dedicam cerca de 10 horas para tarefas domésticas e educação dos filhos. Para Adriana, o avanço por igualdade de oportunidade tem relação direta com a luta sindical: “Assuntos sobre responsabilidade familiar, saúde da mulher e equidade de gênero são cada vez mais discutidos nas mesas de negociação”.

Com informações do Sindicato dos Bancários