pivô de crise

Senador boliviano é retirado de Brasília e vai para fazenda em Goiás

Advogado disse que a medida é 'uma tentativa de evitar a politização do caso'

Valter Campanato/ABr

Roger Pinto Molina, na casa de seu advogado, em Brasília, agora aguarda desfecho de seu caso em uma fazenda

Brasília – O advogado de defesa do senador boliviano que fugiu da embaixada do Brasil em La Paz, Roger Pinto Molina, de 53 anos, tirou o parlamentar de Brasília. Molina está desde este fim de semana em uma fazenda em Goiás, nos arredores da capital federal, e deverá ficar lá até que o governo brasileiro defina a sua situação. O advogado Fernando Tibúrcio Peña disse que a medida é “uma tentativa de evitar a politização do caso”.

“O senador está bem de saúde e confiante que em breve a situação dele de asilado político será definida pelo governo brasileiro. Mas o que nos preocupa, e por isso ele ficará fora de Brasília por alguns dias, é a politização do caso, que pode atrapalhar o debate técnico e jurídico”, argumentou.

O senador ficou até a última sexta-feira (30) temporariamente em Brasília, na casa do advogado, no Lago Norte, um bairro nobre da cidade.

Tibúrcio acrescentou que a expectativa é que nos próximos dias o governo defina o status de refugiado e conceda oficialmente o asilo político a Pinto Molina. Em seguida, segundo o advogado, o parlamentar pretende ir até o Acre, onde estão sua mulher e filhas.

Há uma semana, Pinto Molina deixou a Embaixada do Brasil na Bolívia, onde ficou por 455 dias. A retirada do senador da embaixada pelo encarregado de Negócios (equivalente a embaixador provisório) do Brasil na Bolívia, Eduardo Saboia, desencadeou uma crise política, levando à substituição do então chanceler Antonio Patriota por Luiz Alberto Figueiredo Machado.

Na Bolívia, Pinto Molina é associado a vários episódios de corrupção e desvio de recursos públicos. Para as autoridades bolivianas, a saída de Pinto Molina do país foi uma fuga.

O Ministério das Relações Exteriores informou hoje que, até o a noite de hoje (1º), ainda não havia recebido uma requisição formal da Bolívia para o envio do parlamentar.

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