Ocidente em alerta

Putin promete instalar sistema de mísseis com capacidade nuclear na Bielorrússia

Por outro lado, Moscou sofre derrota geopolítica com acordo da Turquia dando sinal verde à entrada dos nórdicos Suécia e Finlândia na Otan

Aleksei Maishev/ Sputnik
Aleksei Maishev/ Sputnik
A Operação Z, como os russos denominam, chegou ao quarto mês no último dia 24

São Paulo – Após um período em que a Rússia avançou militarmente na guerra contra a Ucrânia, conquistando no sábado (25) a cidade de Severodonetsk na região do Donbass, no leste do país, a tensão volta à Europa. Nesta quarta-feira (29), declaração do presidente russo, Vladimir Putin, fez o Pentágono “entrar em alerta”, segundo o jornal norte-americano independente The Hill. Putin declarou que pretende instalar sistemas de mísseis Iskander-M no território da aliada Bielorrússia (ou Belarus), o que teria “assustado” os militares dos Estados Unidos.

Putin afirmou a Alexander Lukashenko, presidente da Bielorrússia, que o Kremlin transferirá o armamento de fabricação russa “nos próximos meses”. Os sistemas móveis de mísseis balísticos têm alcance de aproximadamente 498 quilômetros, pouco mais do que a distância de São Paulo ao Rio de Janeiro. O Iskander-M pode usar mísseis balísticos e de cruzeiro em versões convencionais ou nucleares, segundo Moscou. De acordo com a matéria, da jornalista Ellen Mitchell, a fala do presidente russo “enfureceu” o Departamento de Defesa dos EUA.

O vai-e-vem do líder turco

Por outro lado, Moscou sofreu sério revés geopolítico com a decisão da Turquia de assinar um acordo pelo qual dá sinal verde à entrada de Suécia e Finlândia na Otan. O acordo foi assinado em Madri, palco de reunião dos líderes da aliança militar do Ocidente que irá até esta quinta (30), sob a liderança do presidente americano, Joe Biden.

Em maio, o líder turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que era “impossível” seu país apoiar a adesão da Finlândia e da Suécia à Otan. Ele alegou que os países nórdicos eram  “hospedagens para organizações terroristas”, em referência ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), entre outros grupos.

Após sua aproximação a Putin, no período de Donald Trump nos EUA, Erdogan comprou sistemas antiaéreos de Moscou e ficou  fora da produção do caça americano F-35. Não está claro, até o momento, qual é a troca que possibilitou o acordo e se o acesso aos F-35 faz parte dele.

No front, o Ministério da Defesa russo informou que suas forças “eliminaram” até 100 combatentes da formação nazista Kraken, além de dez equipamentos militares ucranianos na região de Carcóvia, no leste do país, de acordo com o Sputnik Brasil.

Soldados com fome

Segundo os russos, parte das tropas ucranianas na frente de Lisichansk, na região de Luhansk, está desertando por falta de alimentação. A 10ª Brigada de Assalto, na área da refinaria petrolífera da cidade, estaria com 30 soldados de um total anterior de 350. Além disso, a Força Aérea de Moscou teria atingido quatro centros de comando na Ucrânia na área de Nikolaev.

A Operação Z, como os russos denominam, chegou ao quarto mês no último dia 24 de junho. No final de semana, a Ucrânia acusou a Rússia de atacar um prédio residencial de nove andares em Kiev. Embora isso seja amplamente divulgado pela mídia ocidental, inclusive a brasileira, Moscou rebate as acusações de Kiev e diz que são fake. Os russos dizem que bombardearam uma fábrica de mísseis.