Crise

Primeiro-ministro ucraniano diz que não irá tolerar escalada da tensão

Declaração foi feita após opositores bloquearem entrada principal da sede do governo contra decisão de não levar adiante iniciativa de ingresso na União Europeia

Filip Singer/EFE

Manifestantes querem entrada na UE, mas presidente entende que condições atuais não são vantajosas

São Paulo – O primeiro-ministro da Ucrânia, Nikolai Azarov, lançou um alerta hoje (4) para que a escalada de tensão no país chegue ao fim. O dirigente afirmou que seu governo não tolerará um “desenvolvimento catastrófico da situação”. “O Poder Executivo trabalha normalmente e controla a situação no Estado”, disse Azarov no começo de uma reunião com seus ministros na sede de governo.

Centenas de opositores bloquearam novamente hoje a entrada principal da sede do governo ucraniano. Azarov e outros funcionários do gabinete só conseguiram ter acesso ao prédio após a intervenção da polícia. A Comunidade Europeia chegou a especular que o país poderia declarar estado de exceção após a onda de violência.

“O motivo dos protestos já não existe”, afirmou, no entanto, Azarov ao ressaltar que o governo conta com a confiança do Parlamento, que ontem (03) rejeitou uma moção de censura ao Executivo. O primeiro-ministro também criticou os dirigentes da oposição, aos quais acusou de incitar os ucranianos a transgredirem a lei.

“Quero dizer aos cidadãos o seguinte: seus líderes os empurram a cometer delitos. Eles tentarão se proteger depois com imunidade parlamentar, mas vocês não têm essa proteção”, ameaçou o primeiro-ministro.

A onda de manifestações começou após o presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, rejeitar o acordo comercial proposto pela União Europeia. O mandatário afirmou no domingo (1) que fará todo o possível para acelerar o processo de aproximação entre seu país e a UE. No entanto, ressaltou que a negociação deve ser feita entre “parceiros igualitários”.

“Farei tudo o que dependa de mim para acelerar o processo de aproximação da Ucrânia com a União Europeia, sem permitir para isso grandes perdas para nossa economia nem a piora das condições de vida de nossos cidadãos”, afirmou Yanukovich em mensagem à nação pela comemoração do aniversário do referendo de independência da Ucrânia da União Soviética.