Primeiro-ministro palestino renuncia 14 dias após jurar cargo

Oriente Médio

Rami Hamdala/efe

Rami Hamdala (centro), chefe demissionário do governo palestino, alegou dificuldades para impor seus poderes

Ramala – O chefe do governo palestino, Rami Hamdala, apresentou hoje (19) sua renúncia apenas quatorze dias após jurar seu cargo por diferenças sobre o alcance de seus poderes, informou a agência independente palestina “Maan”. “O novo primeiro-ministro apresentou sua renúncia ao presidente Mahmoud Abbas por diferenças sobre sua jurisdição e autoridade e sobre o alcance de suas competências”, disse a agência.

A publicação afirmou ainda que não está claro se o presidente aceitou a renúncia. Abbas encarregou em 2 de junho ao acadêmico Hamdala a formação de um novo executivo palestino para substituir o liderado por Salam Fayyad, que apresentou sua renúncia em abril.

O novo chefe de governo e sua equipe juraram o cargo no dia 6 de junho, há exatamente duas semanas, durante as quais o gabinete realizou duas reuniões ministeriais. Em um dos poucos atos que participou neste período, uma visita à Esplanada das Mesquitas, no território palestino ocupado por Israel de Jerusalém Oriental, o primeiro-ministro se comprometeu a fazer da situação em Jerusalém Oriental uma prioridade para seu governo.

O Executivo de Hamdala foi claramente estruturado com membros do partido nacionalista Fatah, com 24 ministros e dois vice-primeiros-ministros. Este é décimo-quinto Executivo desde o nascimento da Autoridade Nacional Palestina (ANP), em 1994, após a assinatura dos Acordos de paz de Oslo.

Hamdala, que antes de assumir seu cargo foi reitor da Universidade La-Najah, na cidade de Nablus (Cisjordânia), é formado em linguística pela Universidade de Manchester (Reino Unido).

Sua renúncia é um novo revés para a ANP, imersa em uma profunda crise econômica e de credibilidade perante seus cidadãos e que mantém um duro enfrentamento com o movimento islamita Hamas, que governa a Faixa de Gaza.