aclamação

Para presidente de Portugal, novo secretário-geral da ONU é ‘conquista da lusofonia’

António Guterres é ex-primeiro ministro de Portugal e substitui o sul-coreano Ban Ki-moon no cargo máximo das Nações Unidas a partir de 1º de janeiro de 2017

reprodução/onu

‘Guterres (esq.) foi o melhor de todos nós na sua inteligência’, disse Sousa

São Paulo – O socialista António Guterres foi oficialmente apontado hoje (6), por aclamação, como novo secretário-geral da ONU. O anúncio foi feito nesta manhã pelo embaixador russo Vitaly Churkin, presidente rotativo do Conselho de Segurança do órgão. Para Marcelo Rebelo de Sousa, presidente de Portugal, a vitória do compatriota, ex-primeiro ministro do país, reflete uma “conquista da lusofonia”.

“Para o mundo da lusofonia este foi o momento de grande convergência porque o engenheiro Guterres conhece todos estes países, todas as comunidades lusófonas espalhadas pelo mundo. Esteve em todas elas e contatou seus responsáveis, e também com seus povos ao longo de décadas”, disse, em entrevista para a Rádio ONU, sobre o primeiro falante de português a assumir o cargo máximo das Nações Unidas e primeiro europeu no posto desde 1981.

Guterres começa seu mandato de dez anos no dia 1º de janeiro de 2017, substituindo o sul-coreano Ban Ki-moon, que esteve à frente da organização desde 2007. “Minha reação é de louvor. Guterres pertence à minha geração e foi o melhor de todos nós na sua inteligência, no seu brilho, na sua humildade, na sua capacidade de serviço, no seu sentido social, na sua abertura à humanidade e essas qualidades e a forma como desempenhou brilhantemente o Alto Comissário para os Refugiados explicam esta aclamação”, disse sobre o português que ocupou o cargo durante dez anos.

Ontem, o Conselho de Segurança já havia informado a escolha de Guterres. Hoje confirmada a nomeação, a Assembleia Geral do órgão, com seus 193 estados membros, ainda deve referendar o nome do português, mas como mera formalidade. O veto à nomeação só poderia ser feito por um dos cinco países-membros permanente do conselho: Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China.

“É uma oportunidade para as Nações Unidas reverem, se repensarem, para refletirem sobre a sua história e seu futuro e sobre os desafios dificílimos que o próprio Guterres já enunciou nas primeiras palavras ditas hoje (…) É um dia muito feliz para Portugal, mas espero que seja sobretudo o começo de uma caminhada que culminará na votação da Assembleia Geral, uma caminhada de grande esperança para a comunidade internacional”, completa o presidente.