ONU: não aceitamos perder outra geração do povo cigano

São Paulo – A Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu comunicado esta semana para pedir respeito aos direitos dos ciganos, o chamado povo “roma”, que celebra seu dia internacional neste […]

São Paulo – A Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu comunicado esta semana para pedir respeito aos direitos dos ciganos, o chamado povo “roma”, que celebra seu dia internacional neste 8 de abril.

“Não devemos aceitar outra geração de garotas e garotos ciganos cujas únicas expectativas são viver na pobreza, discriminação e exclusão e cujos futuros são ditados por estereótipos negativos que comumente ficam sem contestação”, diz o documento, assinado por sete especialistas em diretos humanos da ONU.

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Para eles, é necessário aprofundar a implementação de políticas já em curso para garantir os direitos dos ciganos em todos os países da América Latina e da Europa, em um total de 12 milhões de pessoas. “Compromisso renovado, ação focada e recursos adequados deveriam ser empregados a resolver os problemas de longa duração, de discriminação e de exclusão enfrentados pelas comunidades ciganas”, afirma Rita Izsak, especialista independente da ONU sobre Questões de Minoria. Ela considera necessário colocar em curso práticas de metodologias educacionais e investimentos nas regiões desfavorecidas em termos de serviços públicos, além da promoção de iniciativas de contratação para trabalho.

Os especialistas alertam que em tempos de crise econômica os ciganos sofrem ainda mais, correndo o risco de serem transformados em “bode expiatório” de dificuldades sociais. “É importante impedir que as mensagens de ódio se espalhem”, adverte Mutuma Ruteere, relator especial sobre Formas Contemporâneas de Racismo.

Para os representantes da ONU, a educação é um dos caminhos para quebrar um ciclo de exclusão que faz com que a expectativa da vida do povo “roma” seja dez anos menor que a média da sociedade. “Em algumas localidades, os mediadores ciganos para saúde vêm trabalhando com sucesso para construir pontes entre as comunidades, autoridades locais e serviços de saúde”, indica o relator especial sobre o Direito à Saúde, Anand Grover.

Com informações da Agência ONU.