ONU envia emissário à Líbia para cobrar de Khadafi fim da violência no país

Líbia suspende relações diplomáticas com a França, depois de o país europeu ter reconhecido grupo rebelde como legítimo

São Paulo – A Organização das Nações Unidas (ONU) promete intensificar as pressões sobre o governo líbio para pôr fim aos conflitos entre forças governistas e a oposição. Na próxima semana, o novo emissário da entidade para a Líbia, o jordaniano Abdul Ilah Khatib, viaja ao país. Ele cobra ainda garantias de que a ajuda humanitária chegará aos necessitados. A informação foi divulgada um dia depois que a França reconheceu a organização rebelde como legítima.

Por causa disso, o governo de Muammar Khadaffi anunciou, nesta sexta-feira (11), a suspensão das relações diplomáticas com a França, o único país ocidental a reconhecer como legítimo o conselho rebelde que luta para tirar o líder líbio do poder. 

Os conflitos se espalham pela Líbia, por controle do território e dos poços de petróleo. Há denúncias, por parte dos opositores, de uso de aviões para disparar tiros e até bombardeios contra aglomerações e áreas mantidas pelos rebeldes. Segundo Juan Cole, professor da Universidade de Michigan, de 75% a 80% do território está em mãos de opositores de Khadafi.

Khatib desembarca em Trípoli, capital do país, onde pretende se reunir com autoridades líbias. Nas conversas, ele destacará a preocupação da comunidade internacional com o agravamento da crise na Líbia. Segundo o comando das Nações Unidas, é necessário impor o fim aos conflitos no país.

“A violência tem de cessar. A ajuda humanitária tem de chegar aos que dela precisam, os que são responsáveis pela violência contra civis devem responder pelos seus atos. Deve ser encontrada uma solução pacífica”, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

Moon afirmou ainda que a missão de Khatib será a de reiterar que há uma “inquietação” das Nações Unidas sobre os desdobramentos dos acontecimentos na Líbia. “(Dei) instruções, em termos claros, sobre a inquietação das Nações Unidas e da comunidade internacional como foi expressa pelo Conselho de Segurança.”

Na próxima semana, Moon vai à Tunísia e ao Egito para verificar a situação nos dois países, que recentemente tiveram uma onda de protestos que acabou provocando a queda de seus governos.

 

Rompimento de relações

“Hoje foi tomada a decisão de suspender as relações diplomáticas com a França”, disse o vice-chanceler líbio, Khaled Kaim, a jornalistas em Trípoli. “Está claro que o governo francês está concentrado em dividir a Líbia.”

A França e outros líderes da União Europeia concordaram nesta sexta em analisar todas as opções para tentar retirar Gaddafi do poder, mas evitaram um endosso a alternativas militares, como bombardeios ou a imposição de uma zona de exclusão aérea.

O plenário de líderes da UE não seguiu a proposta feita pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, de reconhecer o conselho nacional, sediado em Benghazi, como legítimo governo líbio.

Com informações da Agência Brasil e da Reuters