França reconhece organização de oposição líbia como representante legítimo do povo

São Paulo – A França se tornou nesta quinta-feira (10) o primeiro país importante a reconhecer o Conselho Nacional, formado pelos rebeldes, como representante legítimo do povo líbio. Desde o […]

São Paulo – A França se tornou nesta quinta-feira (10) o primeiro país importante a reconhecer o Conselho Nacional, formado pelos rebeldes, como representante legítimo do povo líbio. Desde o último dia 15, oposicionistas e forças leais ao presidente líbio, Muammar Khadafi, disputam o poder e o controle das regiões do país.

A decisão do governo francês foi anunciada em Paris pelo gabinete do presidente da França, Nicolas Sarkozy, um dia depois de deputados do Parlamento Europeu terem exortado a União Europeia (UE) a reconhecer os rebeldes. Para isso ocorrer, segundo a chefe da Diplomacia da UE, Catherine Ashton, deve haver consenso no bloco a respeito.

Uma fonte oficial disse que o governo enviará um embaixador a Benghazi, a “capital” dos rebeldes, e receberá um enviado permanente da oposição líbia em Paris. O anúncio foi feito após uma reunião do presidente Nicolas Sarkozy com representantes do Conselho Nacional Líbio.

Mais pressão

Os EUA disseram estar preparando “toda uma gama” de opções militares para a Líbia, incluindo uma zona de exclusão aérea. Os planos devem ser discutidos nesta quinta-feira em Bruxelas por ministro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Oficiais militares disseram que a zona de exclusão poderia ser implementada rapidamente.

As forças rebeldes têm feito reiterados apelos para que os EUA e seus aliados imponham a zona de exclusão aérea. A medida poderia também proteger os civis apanhados na zona de conflito, e a crescente crise humanitária na Líbia pode apressar a comunidade internacional a tomar tal decisão.

Em Genebra, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha disse que há um crescente número de feridos dando entrada nos hospitais do leste do país, e que a situação já pode ser classificada como uma guerra civil.

Jakob Kellenberger, presidente da entidade, pediu às autoridades que permitam o acesso de agências humanitárias às áreas do oeste líbio, incluindo Trípoli, e lembrou que, pelo direito internacional, civis, hospitais e ambulâncias não podem ser atacados.

A contraofensiva de Khadafi sugere que o excêntrico dirigente, no poder desde 1969, não irá sair de cena tão rápida e silenciosamente como ocorreu com os presidentes dos vizinhos Egito e Tunísia depois das rebeliões populares dos últimos meses.

O recrudescimento dos combates parece ter consolidado uma separação de fato no quarto maior país da África, entre uma área controlada pelo governo, no oeste, e outra dominada pelos rebeldes, a leste.

Em outra iniciativa para isolar o líder líbio, a Rússia vai proibir todas as vendas de armas para a país, disse o Kremlin em um comunicado na quinta-feira. Na prática, isso significa suspender contratos previamente assinados para a venda de armas ao regime de Gaddafi.

Com inforamações da Agência Brasil e Reuters