Governo provisório da Tunísia nomeia ministros da oposição e liberta presos políticos

Maputo (Moçambique) – O primeiro-ministro da Tunísia, Mohammed Ghannouchi, anunciou nesta segunda-feira (17) a formação de um governo de unidade nacional. Na sexta-feira (14), o presidente da Tunísia, Zine al-Abidine […]

Maputo (Moçambique) – O primeiro-ministro da Tunísia, Mohammed Ghannouchi, anunciou nesta segunda-feira (17) a formação de um governo de unidade nacional. Na sexta-feira (14), o presidente da Tunísia, Zine al-Abidine Ben Ali, abandonou o país depois de 23 anos no poder. Os titulares das pastas do Interior, Relações Exteriores e Defesa mantiveram os cargos, bem como o próprio primeiro-ministro, que vai liderar o gabinete até a convocação de novas eleições.

Três líderes oposicionistas foram indicados para os ministérios da Educação Superior, da Saúde e do Desenvolvimento. O governo também anunciou a libertação de presos políticos e a suspensão de qualquer restrição ao trabalho da imprensa.

Em entrevista coletiva, o primeiro-ministro disse estar comprometido em “reestabelecer a calma e a paz no coração de todos os cidadãos”, bem como fazer as reformas política e econômica.

Durante a noite, tiros foram ouvidos nas proximidades do palácio presidencial, em Cartago, segundo relatou a BBC. Soldados patrulham as ruas de Tunis e outras cidades importantes. No domingo (16), o ex-chefe da segurança presidencial foi preso, acusado de fomentar a violência.

Por causa da instabilidade política, já começa a faltar combustível nos postos do país. As filas são enormes. Os saques constantes fizeram com que moradores bloqueassem as próprias ruas com pedras e troncos de árvores para proteger as próprias casas. Há reclamações de que faltam pão e farinha nos mercados da capital. Um grupo de cidadãos suecos, que disse estar no país para caçar, foi atacado por populares porque estavam carregando armas em um táxi.

Na sexta-feira (14), o então presidente Ben Ali, que governou a Tunísia por 23 anos, abandonou o poder e buscou abrigo na Arábia Saudita. No dia seguinte, a Corte Suprema determinou que o afastamento de Ben Ali é definitivo e que novas eleições presidenciais devem ocorrer em, no máximo, 60 dias.

Durante um mês, manifestantes fizeram protestos diários em cidades do interior, contra o aumento dos preços dos alimentos e a falta de empregos. A exemplo do que aconteceu em setembro do ano passado nos protestos de rua em Maputo, Moçambique, os meios eletrônicos foram fundamentais para mobilizar a população. Em Moçambique, o veículo usado foi o telefone celular e as mensagens de SMS (sigla em inglês para serviço de mensagens curtas). Na Tunísia, o grande catalisador foram os sites de relacionamento.

Alguns tunisinos que viviam no exterior chegaram a Tunis para a grande manifestação de sexta-feira passada convocados pela rede mundial de computadores. Um deles, Mohamed Ben Hazouz, que mora em Paris, citado pela Voz da America, disse que essa foi a “primeira ciber revolução do mundo”. O movimento também é chamado nas redes sociais de Revolução de Jasmim ou Revolução Facebook.

Alguns sites também creditam às informações vazadas pelo site Wikileaks a gota que faltava para fazer transbordar a insatisfação com o governo. Os vazamentos falam em atos de corrupção atribuídos à integrantes da família do ex-presidente.

Fonte: Agência Brasil

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